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O texto aqui proposto parte de uma revisão teórica que compõe o desenvolvimento da tese de doutorado, ainda em curso. Nele, pretendemos analisar o processo que deflagou a chamada Caça às Bruxas. Caçada esta, que se torna um dispositivo institucionalizado a partir do final do século XV, com a Inquisição, engendrada pelo aparelhamento da Igreja Católica e Estado na Europa e que ganha contornos específicos nas Colônias Americanas invadidas. Destacamos também, seus atuais desdobramentos, que envolvem principalmente a perpetuação da perseguição, violência e morte de mulheres, ainda por meio da articulação destas com a bruxaria. Através do levantamento bibliográfico, tendo por base o estudo de autoras feministas, e pesquisas de perspectivas decoloniais foi possível perceber, na literatura, a produção de lugares de menor saber, de demonização, desumanização e inferioridade destinados ao feminino, às mulheres e também a bruxaria. Destacamos ainda como os marcadores de gênero, raça e classe se conectam às práticas de violência que se perenizam contra as bruxas, fomentando políticas de morte contra a existência de corpos específicos- mulheres latino americanas e africanas principalmente- e colocando em evidência a prevalência da caça às bruxas, ainda viva no cenário atual, nas práxis cotidianas. |
