Mediastinite no pós-operatório de cirurgia cardiovascular: análise de 1038 cirurgias consecutivas

Autor: Débora Oliveira da Silva, Érika Nibbering de Souza Lima, Ricardo de Carvalho Lima, Fábio Gonçalves de Rueda, Paulo Ernando Ferraz Cavalcanti, Frederico Pires Vasconcelos Silva, Michel Pompeu Barros de Oliveira Sá, Rodrigo Renda Escobar
Rok vydání: 2010
Předmět:
Zdroj: Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery v.25 n.1 2010
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery
Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV)
instacron:SBCCV
ISSN: 0102-7638
DOI: 10.1590/s0102-76382010000100008
Popis: OBJETIVO: Relatar a incidência de mediastinite no pós-operatório de cirurgia cardiovascular. MÉTODOS: Foram analisados os prontuários de 1038 pacientes submetidos à cirurgia cardiovascular entre maio/ 2007 e junho/2009. Todas as operações foram realizadas na Divisão de Cirurgia Cardiovascular do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco - PROCAPE. RESULTADOS: A mediastinite ocorreu, em média, 13 dias após a cirurgia, num total de 25 (2,4%) casos, com taxa de letalidade 32,0% (n=8). Vários fatores de risco foram identificados: 56% diabéticos, 56% tabagistas, 20% obesos, 16% portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica e 8% com insuficiência renal crônica. A maioria (n=21; 84,0%) dos casos foi observada em pacientes submetidos à revascularização do miocárdio, sendo esta associada a maior risco de desenvolvimento da infecção (IC 3.44-8.30, P=0,0001). Observou-se alto índice de complicações: insuficiência respiratória (44%), acidente vascular cerebral (16%), choque cardiogênico (12%), insuficiência renal aguda (28%), infecção pulmonar (36%), falência de múltiplos órgãos (16%) e deiscência de esterno (48%). A cultura do exsudato foi positiva em 84% dos casos, sendo o Staphylococcus aureus o patógeno mais observado (28,8%). CONCLUSÕES: A mediastinite continua como complicação cirúrgica bastante grave e de difícil manuseio no pós-operatório de cirurgia cardiovascular. A doença permanece como de baixa incidência, entretanto, ainda com alta letalidade. A cirurgia de revascularização está associada a maior risco de desenvolvimento da infecção.
Databáze: OpenAIRE