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Introducao O Linfoma de Hodgkin (LH) e uma neoplasia linfoide derivada de celulas B, que se apresenta comumente por linfonodomegalia indolor em cadeias cervical e mediastinal, podendo acometer, menos comumente, pulmao e medula ossea; mas sendo muito rara a infiltracao em sistema nervoso central (SNC). Estima-se que a incidencia em SNC esteja em torno de 0,02-0,5%, estando mais frequentemente associada a doenca progressiva ou a recorrente envolvimento sistemico. Relato de caso Paciente, feminino, 33 anos, diagnosticada com Linfoma de Hodgkin (LH) subtipo esclerose nodular (estadio IIB) em dezembro de 2019, tendo sido submetida a quimioterapia com seis ciclos do esquema AVD, sem bleomicina por indisponibilidade deste medicamento no mercado nacional, de dezembro de 2019 a agosto de 2020. PET-CT, para avaliacao de resposta, apos o final do tratamento evidenciou progressao de doenca, com aumento da massa mediastinal pre-vascular e surgimento de linfonodomegalia em cadeias paratraqueal e diafragmatica; sendo optado por tratamento em 2alinha com dois ciclos do esquema ICE de outubro a novembro de 2020. Novo PET-CT apos o final do tratamento evidenciou resposta parcial, sendo, entao, optado, como tratamento em 3alinha, iniciar quatro ciclos do protocolo GEMOX, em janeiro de 2021, seguido de TCTH autologo. Apos 1°ciclo do GEMOX, optado por suspender temporariamente a quimioterapia, visando evitar falhas da coleta de celulas progenitoras perifericas (CPP). Como apresentava doenca localizada em mediastino, foi indicada radioterapia (20 sessoes). Internada, em maio de 2021, para mobilizacao e coleta de CPP, quando foi observada lesao em calota craniana; sendo suspensa mobilizacao. Durante investigacao, evidenciado, em exame anatomo-patologico de lesao periostial, infiltracao de partes moles por LH classico; e em analise liquorica, ausencia de infiltracao. Diante do quadro, apesar da lesao em SNC, nao havia evidencias de infiltracao liquorica nem lesao em parenquima cerebral, o que sugeria acometimento localizado nessa regiao. Diante dessas caracteristicas, aliadas a raridade desta situacao clinica e a escassez de dados sobre a melhor conduta para a infiltracao do SNC por LH, optou-se por radioterapia para tratamento deste componente da recidiva, com posterior inicio do esquema IGEV para tratamento do componente sistemico; alem de programacao de mobilizacao de CPP, antes do inicio da terapeutica de resgate, para realizacao de transplante autologo como consolidacao do tratamento da recidiva. Paciente, porem, evoluiu com quadro de insuficiencia respiratoria atribuida a pneumocistose, com necessidade de internacao em leito intensivo, inviabilizando o inicio do tratamento de resgate ate o momento. Conclusao O caso relatado, portanto, evidencia acometimento de SNC em paciente com LH apos tres linhas de tratamento, o que mostra que, apesar da raridade da infiltracao em SNC, faz-se necessario considerar esse acometimento em pacientes com LH evoluindo com surgimento de massa nessa topografia; alem de levantar o questionamento acerca do papel incerto da profilaxia de SNC para infiltracao de LH. |