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No Brasil, o turismo passou a ser considerado estratégia de desenvolvimento socioeconômico para a região nordeste frente aos altos índices de pobreza, ocasionados em virtude do desenvolvimento regional desigual engendrado ao longo de décadas por políticas desenvolvimentistas. Sob essa perspectiva, os discursos das políticas públicas que promoveram o turismo brasileiro na região anteposta, reforçavam-no como importante ferramenta para a geração de emprego, renda, divisas e desenvolvimento local. A partir dos anos 1990, o turismo passa ser balizado por políticas públicas financiadoras neoliberais que visavam dotar o espaço no nordeste brasileiro de infraestrutura para a atração de investimentos privados estrangeiros. Como resultado, impactos de ordem social e ambiental foram causados para a região, em que os maiores beneficiados por estas intervenções espaciais foram os grupos empresariais que encontraram terreno para ampliar e expandir a reprodução, evasão e acumulação do capital, em detrimento das populações locais. Diante desta complexa conjuntura, a presente pesquisa tem por objetivo captar a influência da ideologia neoliberal mundializada na elaboração de documentos condutivos e normativos para a atividade turística de Sergipe, buscando evidenciar a forma que os paradigmas hegemônicos condutores das ações políticas governamentais têm seus princípios reproduzidos no conteúdo das políticas públicas de turismo na esfera estadual. Metodologicamente, este estudo parte da pesquisa qualitativa e exploratória, juntamente às técnicas de levantamento e revisão bibliográfica e análise documental. Evidenciamos a incapacidade que o turismo, de cunho neoliberal, tem de propiciar o desenvolvimento sustentável, endógeno e local, de dirimir desigualdades regionais e de propiciar melhor qualidade de vida e/ou bem-estar aos residentes. |