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O artigo parte do princípio de que os filósofos chamados “pré-socráticos” devem ser conhecidos pela análise de seus fragmentos e por uma análise crítica dos testemunhos que sobre eles nos chegaram. A leitura aristotélica prevaleceu, porém hoje temos condições de entender a filosofia jônica em sua particularidade, cada um dos filósofos e o que é comum a eles. Abordamos esses filósofos em seu conjunto como membros de uma tradição histórica, pois isto sem dúvida nos parece incontornável para a sua adequada compreensão, e nos ativemos às noções fundamentais de necessidade, evolução e liberdade, uma espécie de espinha dorsal do pensamento de Anaximandro ao de Lucrécio. Especialmente em contraste com a ideia de finalidade (basilar para Aristóteles, mas também para Platão), consideramos que os jônicos seguiram o caminho oposto ao aristotélico e que os epicuristas são seus principais herdeiros, daí a expressão “filosofia jônico-epicurista”, por nós cunhada para se referir ao que acreditamos ter sido uma longa e legítima tradição filosófica. |