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“Toda complacência (diz-se ou pensa-se) é ela própria sensação (de um prazer)”, disse Immanuel Kant (1790) referindo-se à sensibilidade da experiência (KANT, 2002,p.11). Para o filósofo, o agradável, o gosto e a admiração pelo belo, formam um juízo próprio do sujeito em relação ao que é contemplado. E a disposição a corresponder a esses desejos e gostos, é o deleite ao agradável, é o que apraz (KANT, 2002). Com efeito, é pela busca da justificação de seu prazer que, André, um dos filhos de uma família de fazendeiros de Lavoura Arcaica (1975), sai de casa. O personagem da novela de Raduan Nassar cultiva uma paixão perigosa por Ana, uma de suas irmãs e, em razão disso, decide sair de casa. Para André, “o mundo das paixões é o mundo do desequilíbrio”, pois é o amor que André sente pela irmã, o qual rompe com as estruturas da casa, é esse sentimento que semeia o mal da lavoura. |
