INADEQUAÇÃO DE TRATAMENTO DE SÍFILIS NA GESTAÇÃO EM PACIENTES ACOMPANHADAS EM ALOJAMENTO CONJUNTO DE UMA MATERNIDADE DE RISCO HABITUAL DE JANEIRO/2020 A DEZEMBRO/2022

Autor: Danielly Peres Furtado Belinassi, Ribeiro, Dominique Vieira Campos, Loureiro, Igor Daniel, Rayana Costa Binda, Da Silva, Bianca Sales Almeida Siqueira, Meira, Jackeline Faria, Klein, Catherine Colombiano, Isadora Bermudes Modenese, Stelzer, Julia Almeida, Pena, Maria Luisa Lima, Junqueira, Consuelo Maria Caifa Freire, Jovanna Couto Caser Anechini, De S. Thiago Pereira, Andrea Lube Antunes
Rok vydání: 2023
Předmět:
DOI: 10.5281/zenodo.7730864
Popis: Introdução:A sífilis é uma doença infectocontagiosa, de evolução crônica, transmitida da mãe para o feto por via transplacentária ou por exposição a lesões sifilíticas durante o parto vaginal. Pode desencadear parto prematuro, baixo peso ao nascer, óbito fetal, morte neonatal, aborto e complicações decorrentes da infecção do recém-nascido. A incidência crescente de sífilis congênita no Brasil evidencia falhas dos serviços de saúde, particularmente da atenção ao pré-natal, pois o diagnóstico e tratamento da gestante são medidas relativamente simples e bastante eficazes na prevenção desta doença.Métodos:Coleta de dados a partir de registros feitos pelos docentes nas enfermarias de alojamento conjunto destinadas ao ensino de neonatologia entre o período de janeiro de 2020 a dezembro de 2022.Resultados:2580 neonatos foram acompanhados e 203 casos de sífilis em gestantes foram avaliados. Destes, 20 casos foram classificados como cicatriz sorológica (9,8%); 99 casos foram de mães adequadamente tratadas (48,8%) e 84 casos de inadequadamente tratadas (41,4%). A inadequação do tratamento envolveu esquema incompleto (17 casos), tratamento não realizado (33 casos), aumento da titulação do teste não treponêmico (VDRL) na maternidade (18 casos) e ausência de queda da titulação do VDRL realizado na maternidade (16 casos). Dentre os casos inadequadamente tratados, 6 recém-nascidos (3%) preencheram critérios para neurossífilis.Discussão:O número de gestantes inadequadamente tratadas para sífilis foi elevado, correspondendo a 41,4% do total de casos de sífilis na gestação. Pressupõe-se que o acesso ao pré-natal foi prejudicado, no período de tempo analisado, talvez pela pandemia do coronavírus ou, apesar do acesso disponível, existe deficiência na efetividade do tratamento da sífilis durante o pré-natal.Conclusão:Esse estudo traz questionamentos importantes sobre o tratamento de sífilis na gestação e serve de base para estudos maiores. Os resultados obtidos são preocupantes para a saúde pública e geram impacto importante, com internação hospitalar prolongada, exposição do RN a antibióticos, alteração da relação mãe e filho, além de gerar gastos desnecessários.
Databáze: OpenAIRE