Influência da força da musculatura periférica no sucesso da decanulação

Autor: Tiago Branco Siqueira, Flávio Maciel D. Andrade, Cibelle Andrade Lima, Erica da Fonseca Travassos, Eduardo Eriko Tenório de França, Catarine Maria Gomes Macedo, Marçal Durval Siqueira Paiva Júnior, Andrezza de Lemos Bezerra
Rok vydání: 2011
Předmět:
Zdroj: Revista Brasileira de Terapia Intensiva v.23 n.1 2011
Revista brasileira de terapia intensiva
Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB)
instacron:AMIB
ISSN: 0103-507X
Popis: INTRODUÇÃO: A traqueostomia é provavelmente o procedimento cirúrgico mais comum realizado em pacientes críticos objetivando facilitar o desmame do suporte ventilatório. Diretrizes baseadas em evidências têm confirmado o benefício de protocolos de desmame da traqueostomia e a participação dos fisioterapeutas neste processo, porém não existe consenso quanto aos critérios para decanulação. Portanto, o objetivo do estudo é avaliar a influência da força muscular periférica e outros índices sobre o sucesso na decanulação. MÉTODOS: Análise retrospectiva por meio de levantamento de prontuário de pacientes internados na unidade de terapia intensiva do Hospital Agamenon Magalhães no período de março de 2007 a agosto de 2009. Método: Este é um estudo observacional, retrospectivo, dos prontuários dos pacientes internados na unidade de terapia intensiva clínico-cirúrgica do Hospital Agamenon Magalhães no período de março de 2007 a agosto de 2009. Foi avaliada a força muscular respiratória e periférica dos pacientes decanulados nesse período. RESULTADOS: Foram avaliados 1.541 pacientes, dos quais, 143 realizaram a traqueostomia, mas apenas 57 pacientes preencheram os critérios de inclusão para serem decanulados, sendo que destes 46 evoluíram com sucesso e 11 com insucesso, considerado a necessidade de retorno a via aérea artificial no período de duas semanas. A força muscular periférica obtida através do escore do Medical Research Council (MRC) foi significativamente menor no grupo insucesso comparada ao sucesso (28,33 ± 15,31 vs 41,11 ± 11,52; p = 0,04). Valores de MRC > 26 apresentaram uma sensibilidade de 94,4% e uma especificidade de 50,0% em relação ao desfecho da decanulação, com uma área sob a curva ROC de 0,7593. Já os leucócitos foram maiores no grupo insucesso (14070 ± 3073 vs 10520 ± 3402 células/μL ; p = 0,00). CONCLUSÃO: O estudo mostrou que a força muscular periférica e a contagem dos leucócitos no dia da decanulação influenciaram no sucesso de remoção do traqueóstomo.
Databáze: OpenAIRE