Uma heresia nos trópicos: a biblioteca proibida de Branca Dias
Autor: | Ediluce Batista Silveira |
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Přispěvatelé: | Pereira, Kênia Maria de Almeida, Nascimento, Lyslei de Souza, Carrijo, Silvana Augusta Barbosa, Ribeiro, Elzimar Fernanda Nunes, Arantes, Luiz Humberto Martins |
Rok vydání: | 2019 |
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Zdroj: | Repositório Institucional da UFU Universidade Federal de Uberlândia (UFU) instacron:UFU |
DOI: | 10.14393/ufu.te.2019.633 |
Popis: | Na peça O Santo Inquérito, escrita pelo dramaturgo Dias Gomes, desfila uma galeria de protagonistas que representam o povo brasileiro: os inquisidores, os soldados, o pai cristão-novo, o noivo revolucionário e a leitora – permeada pela história e pela lenda –Branca Dias que é condenada e morta na fogueira pelo crime de heresia. Essa narrativa foi escrita durante o início da Ditadura Civil-Militar, no entanto, de forma alegórica, faz alusão à presença do Tribunal do Santo Ofício durante o período colonial. Esta tese objetivou analisar não só a estética de Dias Gomes, mas também os desdobramentos inferidos por meio do texto teatral, como as questões que envolvem a mulher e sua educação, o contato do feminino com as ideias interditas e a censura em tempos sombrios. Além disso, foi possível averiguar o real crime de Branca Dias: a posse de uma pequena biblioteca e, por conseguinte, a existência de heresia nas obras lidas por essa protagonista e os efeitos do ato de ler na construção da identidade dessa criptojudia. Foi possível investigar, ademais, a relação existente entre a prática da leitura realizada pelo personagem da obra Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, e entre Branca Dias, levando em consideração a visão diabólica dos livros lidos por esses sujeitos discursivos e o prazer proporcionado pela prática da leitura. Ao manipular seus livros, esses indivíduos estão envoltos no manto da sede pelo conhecimento, que os torna perigosos para a sociedade: o primeiro porque é estimulado a transferir para a sua realidade as aventuras vividas dentro do universo ficcional; a segunda, por tornar-se resistência e se opor a qualquer forma de totalitarismo. Ambos são transformados pela ação de ler. In the play The Holy Inquiry(O Santo Inquérito, in Portuguese),by Dias Gomes, there is a gallery of protagonists representing the Brazilian people: the inquisitors, the soldiers, the Christian-new father, the revolutionary fiancé and the reader- permeated by history and legend - Branca Dias, who is condemned and killed at the fire for the crime of heresy. This narrative was written during the beginning of the Civil-Military Dictatorship in Brazil, however, allegorically, it alludes to the presence of the Court of the Holy Office during the colonial period. This thesis aimed at analyzing not only the aesthetics of Dias Gomes, but also the elements inferred through the theatrical text, such as the questions that involve the women and their education, the contact of the feminine with the forbidden ideas and the censorship in dark times. In addition, it was possible to ascertain Branca Dias’s real crime: the possession of a small library and, consequently, the existence of heresy in the works read by the Gomes’ protagonist and the effects of the act of reading in the construction of the identity of this crypto-jewish. Furthermore, It was possible to investigate the relation between the practice of reading by Miguel de Cervantes' character, Don Quixote, and Branca Dias, taking into account the diabolical vision of the book by reading for these subjects discursive and the pleasure provided by the practice of reading. While manipulating their books, these individuals are surrounded by the thirst for knowledge, which makes them dangerous to society: the first one for being stimulated to transfer the adventures he experienced in the fictional universe into his reality; the second one, for opposing and becoming resistance to any form of totalitarianism. Both are transformed by the action of reading. Tese (Doutorado) |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |