Ainda sobre a saúde mental do trabalhador
Autor: | Edith Seligmann-Silva, Maria Maeno, Mina Kato, Márcia Hespanhol Bernardo |
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Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2011 |
Předmět: | |
Zdroj: | Revista Brasileira de Saúde Ocupacional v.36 n.123 2011 Revista Brasileira de Saúde Ocupacional Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO) instacron:FUNDACENTRO Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, Volume: 36, Issue: 123, Pages: 11-8, Published: JUN 2011 Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, Vol 36, Iss 123, Pp 8-11 |
Popis: | No primeiro volume do dossie tematico “O mundo contemporâneo do trabalho e a saude mental do trabalhador”, discutimos a precarizacao social e suas repercussoes para a saude do trabalhador, bem como cita-mos algumas abordagens da saude mental que se ocupam deste tema. Na apresentacao deste segundo volume, trazemos outro aspecto associado ao contexto contemporâneo do mundo do trabalho: a contradicao entre discurso e pratica corporativa. Esse tema e fundamental para a compre-ensao do desgaste, do sofrimento e do adoecimento mental relacionados ao trabalho, assim como para a formulacao de politicas publicas na area de saude do trabalhador – topicos abordados nos artigos deste volume.Tanto nas esferas das politicas de governo, quanto na alta direcao das corporacoes sempre houve clareza sobre a importância de construir discursos persuasivos, capazes de criar consensos favoraveis as transfor-macoes profundas que se quisessem implementar. Deste modo, o sucesso de grandes mudancas dependeria do apoio e do estimulo de uma nova cultura, de uma nova mentalidade e, portanto, precedida por uma habil e meticulosa fabricacao de consenso. Em um estudo comparativo da literatura direcionada ao setor empre-sarial nas decadas de 1960 e 1990, Boltanski e Chiapello (1999) obser-varam uma mudanca radical no discurso predominante nas publicacoes voltadas a gestores empresariais. Citam como exemplo a metafora militar que era usada de forma positiva na organizacao do trabalho, que, mais tarde, passou a ter uma conotacao pejorativa na critica aos modelos de trabalho nao “flexiveis”. De acordo com esses autores, tal diferenca nao ocorre por acaso. O que se passa e que as mudancas tecnologicas e mer-cadologicas atuais impoem outras formas de organizacao de processos de producao, de relacoes de trabalho e, especialmente, outro perfil de tra-balhador. No Brasil, varios autores empreenderam minuciosas analises sobre a forma que o processo assumiu no cenario nacional em conjuncao aos retrocessos – muitas vezes invisibilizados – dos direitos sociais e, em varios aspectos, da propria politica social (MOTA, 2008; BEHRING; BOSCHETTI, 2006; OLIVEIRA, 1998; TELLES, 1999).Boltanski e Chiapello (1999) destacam o lugar da literatura de gestao empresarial na consolidacao de um novo “espirito do capitalismo”, coe-rente com as caracteristicas “flexiveis” do capitalismo contemporâneo. Trata-se, entao, de uma ideologia, que, sendo dominante |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |