Educação especial e processos de encaminhamento para salas de recursos: relações de gênero e cor/raça
Autor: | Roseli Kubo Gonzalez |
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Přispěvatelé: | Rosangela Gavioli Prieto, Edna Antonia Mattos Morais Andrade, Marilia Pinto de Carvalho, Denise Meyrelles de Jesus, Eniceia Gonçalves Mendes |
Rok vydání: | 2015 |
Zdroj: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
DOI: | 10.11606/t.48.2013.tde-29072013-141118 |
Popis: | Dados oficiais do censo escolar, produzidos e divulgados pelo Instituto de estudos e pesquisas educacionais Anísio Teixeira em 2009, confirmam a prevalência de 2/3 de meninos entre as matrículas da educação especial registradas no Brasil e no município de São Paulo, com uma ligeira predominância dos alunos brancos no Brasil e mais de 40% no município de São Paulo. No entanto, chama atenção o fato de mais de 38% dos alunos matriculados nessa modalidade não terem declarado sua cor/raça em nível nacional e pouco mais de 22% no município estudado. Estudos localizados sobre o tema diferenças de sexo, e de gênero e escolarização não são conclusivos e constatou-se número restrito de produções nacionais sobre esse assunto. A literatura estrangeira indica uma super-representação de meninos negros em serviços de educação especial encaminhados, principalmente, por questões culturais e socioeconômicas. Nesta pesquisa, de natureza qualitativa, pretendeu-se averiguar e analisar os motivos que embasam o encaminhamento dos alunos para Salas de recursos da rede municipal de São Paulo, com recorte de gênero e cor/raça, cotejando-os com orientações e/ou critérios oficiais para o seu encaminhamento. Para alcançar os objetivos desta tese, foi solicitado à Secretaria Municipal de Educação dados sobre a matrícula e o atendimento dos alunos atendidos nesse serviço. A análise das informações indicou-nos que a maioria dos alunos atendidos nas Salas de recursos em 2011 era composta por aqueles com deficiência intelectual sendo que havia mais estudantes do sexo masculino (60,52%) e que, em quase todos os tipos de deficiência e Transtorno global de desenvolvimento, registrou-se mais meninos atendidos do que meninas. A respeito da cor/raça dos alunos com deficiência intelectual, em 2011 a Rede municipal de ensino registrou supremacia no atendimento de alunos classificados como brancos, cerca de 84%, seguidos pelos pardos (57%), os não declarados (45%) e os pretos (11%). Para a segunda fase deste estudo, escolheu-se como delineamento de pesquisa o estudo de caso. A coleta de dados foi realizada em uma escola municipal paulistana de ensino fundamental, na qual foram entrevistadas a coordenadora pedagógica e a professora da sala de recursos, e também foram analisados os prontuários dos alunos que estavam em atendimento pela referida sala. Foram encaminhados questionários de caracterização socioeconômica para os alunos da Sala de recursos e para os seus colegas das classes comuns. A análise dos dados mostrou-nos que nessa escola a maioria dos alunos atendidos nessa sala possuía laudo clínico e não havia predominância de alunos negros, todavia, pode-se considerar, tal como em outros estudos brasileiros, que a professora tendeu a embranquecer alguns alunos. Em relação a situação socioeconômica, verificou-se que os alunos atendidos na Sala de recursos, tal como a amostra de estudantes das classes comuns da escola na qual realizamos a pesquisa, estavam inseridos na classe C. Desse modo, as condições de gestão e de trabalho pedagógico encontradas na escola pesquisada podem justificar os dados que não confirmam os estudos sobre gênero, cor/raça e educação especial. Official data from the school census, produced and released by Instituto de estudos e pesquisas educacionais Anísio Teixeira in 2009, confirm the prevalence of 2/3 of boys between the enrollment of special education registered in Brazil and in São Paulo municipality, with a slight predominance of white students in Brazil and over 40% in São Paulo. However, it draw attention that more than 38% of the students enrolled in this modality have not declared their color/race nationally and just over 22% in the municipality. Studies located about gender differences and gender and schooling topic are not conclusive and it was found limited number of national productions on this subject. Foreign literature indicates an overrepresentation of black children in special education services directed mainly by socioeconomic and cultural issues. In this qualitative research, it was intended to assess and analyze the reasons for the referral of students to resource rooms in the municipality of São Paulo, looking at gender and race/color information, comparing them with guidelines and/or official criteria for their referral. To achieve the objectives of this thesis it was solicited to the Municipal Department of Education data about enrollment and attendance of students serve on this service. Analysis of the data indicated us that the majority of students served in resource rooms in 2011 was composed of those with intellectual disabilities and that there were more male students (60.52%) and that in almost all types of deficiency disorder and global development, there were more boys than girls attended. Regarding the color/race of students with intellectual disabilities, in 2011 the municipal school network recorded supremacy in serving students classified as white, about 84%, followed by brown (57%), the unreported (45%) and blacks (11%). For the second phase of this study, it was chosen as the research design case study. Data was collected in a municipal elementary school, where we interviewed the educational coordinator and the resource room teacher, and also analyzed the records of students who were in attendance by that room. Questionnaires were sent for the socioeconomic characterization of the students Resource room and their colleagues from common classes. Data analysis showed us that in this school most of the students served in the resource room had a clinical report and there was no predominance of black students, however, can be considered, as in other Brazilian studies, that the teacher tended to \"whiten\" some students. Regarding socioeconomic status, it was found that the students served in the resource room, such as the sample of students in regular classes in school which the survey was conducted, were classified in Class C. Thus, the conditions of management and pedagogical work found in the school where the study was carried on can justify the data that not confirm the studies on gender, color / race and special education. |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |