Predicação na língua Wayoro (Tupi): propriedades de finitude

Autor: Antônia Fernanda de Souza Nogueira
Přispěvatelé: Luciana Raccanello Storto, Ana Vilacy Moreira Galucio, Thomas Daniel Finbow, Dennis Albert Moore, Hendrikus Gerardus Antonius van Der Voort
Rok vydání: 2019
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
DOI: 10.11606/t.8.2019.tde-14082019-101006
Popis: Geralmente, as propriedades das orações principais-declarativas-afirmativas-ativas são tomadas como protótipo de orações verbais finitas, ou seja, o modelo a partir do qual orações não-finitas se diferenciarão (GIVÓN, 2016, p. 272). A literatura prevê que tal diferenciação ocorra nos seguintes ambientes sintáticos: orações subordinadas (CRISTOFARO, 2005) e nominalizações, configurando-se este último como fenômeno claramente predominante nas línguas sul-americanas (GIJN; HAUDE; MUYSKEN, 2011a). Esta tese tem como foco as propriedades da finitude nesses três ambientes sintáticos: sentença matriz, oração subordinada e nominalização. Em várias línguas há um morfema que cria nomes a partir de verbos intransitivos e transitivos indicando semanticamente o lugar onde X acontece ou um instrumento para X(COMRIE; THOMPSON, 2007). Na língua Wayoro (subfamília Tupari, Tupi), este morfema é -p~-m nominalizador. Contudo, notamos construções com um morfema homófono que aparecem como complementos de verbos e que permitem propriedades oracionais. Seriam esses complementos melhor analisados como nominalizações ou como orações subordinadas? As propriedades das sentenças matrizes (marcas morfossintáticas de finitude) identificadas marcas de pessoa, morfemas de alteração de valência, marcas de tempo e aspecto, tipos sentenciais, modalidade e polaridade serviram à comparação entre as orações subordinadas e as nominalizações. Com base nas propriedades de finitude, analisamos como nominalização a construção que se comporta sintaticamente como sintagma nominal, sem qualquer marca de finitude. Como oração subordinada (infinitiva), analisamos a construção com -p~-m que funciona como objeto de um verbo e que permite marcas de aspecto e expressão de sujeito pronominal cliticizado ou não pronominal. Dessa forma, as marcas de finitude nos permitem: (i) distinguir, por um lado, nominalização de oração subordinada e, por outro lado, orações matrizes de orações subordinadas, uma vez que sentenças matrizes apresentam concordância e indicação de tempo, o que não ocorre nas orações subordinadas infinitivas; (ii) distinguir predicados verbais (sentenças matrizes e orações subordinadas) de predicados não verbais, visto que a cópula e os verbos existenciais não ocorrem com afixos de tempo/aspecto e marcas de pessoa. Generally, the properties of the main-declarative-affirmative-active clauses are the finite verbal clause prototype, that is, the prototype from which non-finite clauses will deviate (GIVÓN, 2016, p. 272). As mentioned in the literature, such deviation will occur in the following syntactic environments: subordinate clauses (CRISTOFARO, 2005) and nominalizations, being the latter a clearly predominant phenomenon in the South American languages (GIJN; HAUDE; MUYSKEN, 2011a). This thesis focuses on the properties of finiteness in these three syntactic environments: matrix sentence, (infinitive) subordinate clause, and nominalization. In several languages, there is a morpheme that creates nouns from intransitive and transitive verbs with the meaning of a place where X happensor an instrument for X(COMRIE; THOMPSON, 2007). In the Wayoro language (Tupari subfamily, Tupian), this morpheme is -p~-m nominalizer. However, we noticed constructions with a homophonous morpheme that appear as complements of verbs and that show properties of clauses. Are these complements better analyzed as nominalizations or as subordinate clauses? The property of main clauses (morphosyntactic finiteness features) person marking, valency-changing morphemes, tense and aspect markers, sentential type, modality, and polarityserve to compare the subordinate clauses and the nominalizations. Based on the morphosyntactic finiteness features, we analyze as nominalization the construction that behaves syntactically as a noun phrase without any finiteness feature.We analyze as a subordinate (infinitive) clause the -p~-m construction which functions as an object of a verb and allows aspect markers and expression of cliticized pronominal subjects or non-pronominal subjects. In this way, morphosyntactic finiteness features allow us: to distinguish, on the one hand, nominalization from subordinate clauses and, on the other hand, matrices from subordinate clauses, since matrix sentences exhibit agreement and tense marking, which do not occur in infinitive subordinate clauses; to distinguish verbal predicates (matrix sentences and subordinate clauses) from nonverbal predicates, since copula and existential verbs do not occur with person marking and tense/aspect affixes.
Databáze: OpenAIRE