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Giant otters are territorial semi-aquatic mammals. It is common to find several individuals exhibiting wounds and scars due to intraspecific conflicts. Myiasis is a parasitic infestation on living tissues of vertebrates caused by dipterous larvae, that usually develops in freshly open wounds and can seriously threaten the host’s health. Ectoparasites seem to be rare among giant otters and myiasis had not been recorded in this species until now. Here, is presented one record of myiasis in a free-ranging giant otter found dead in the Pantanal, Brazil. An ulcerative lesion was found in the frontoparietal region, from which 22 larvae were recovered and identified as Cochliomyia hominivorax. The low occurrence of ectoparasites in giant otters might reflect their semi-aquatic habits and their grooming behavior, which makes it difficult for parasites to remain on the skin. The injured otter probably got the larvae after an intraspecific fight. Agonistic encounters between groups of giant otters have been reported before and these fights can result in serious wounds or even death. It was hypothesized that the myiasis caused by C. hominivorax deteriorated the health of the infested giant otter, which prevented recovery and accelerated its death. Resumo As ariranhas são mamíferos semiaquáticos habitantes do território brasileiro. É comum encontrar vários indivíduos apresentando feridas e cicatrizes devido a conflitos intraespecíficos. A miíase é uma infestação parasitária em tecidos vivos de vertebrados, causada por larvas de dípteros que, geralmente, se desenvolvem em feridas recém-abertas, podendo ameaçar seriamente a saúde do hospedeiro. Ectoparasitos parecem ser raros em ariranhas e, até o presente, não há relatos de miíase nesta espécie. Aqui, é apresentado um registro de miíase em uma ariranha de vida livre, encontrada morta no Pantanal, Brasil. Foi encontrada uma lesão ulcerativa na região frontoparietal, na qual foram recuperadas 22 larvas identificadas como Cochliomyia hominivorax. A baixa ocorrência de ectoparasitos em ariranhas pode refletir seus hábitos semiaquáticos e seu comportamento de limpeza, o que dificulta a permanência dos parasitos na pele. A ariranha ferida, provavelmente, se infestou com as larvas após uma briga intraespecífica. Encontros agonísticos entre grupos de ariranhas já foram relatados antes, e essas lutas podem resultar em ferimentos graves ou até mesmo em morte. Foi hipotetizado que a miíase causada por C. hominivorax deteriorou a saúde da ariranha infestada, o que impediu a recuperação e acelerou sua morte. |