Les portraits de l'Impératrice. Genre et politique dans la peinture d'histoire du Brésil

Autor: Ana Paula Cavalcanti Simioni
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2014
Předmět:
Zdroj: Nuevo mundo-Mundos Nuevos (2014)
Popis: En 1922 est célébré le premier centenaire de l'indépendance du Brésil. À cette date, la peinture d'histoire connaissait une renaissance tardive. L'événement a ainsi favorisé un certain nombre de productions, les commandes publiques créant les conditions, entre autres, de la réalisation de deux représentations de la princesse Léopoldine de Habsbourg, archiduchesse d'Autriche, épouse de Pedro de Bragança, empereur du Brésil entre 1822 et 1831. Cet article analyse ces œuvres – conservées dans des musées publics nationaux – lesquelles sont considérées comme un mode de production de différents discours sur le genre, l'histoire et le pouvoir. D'une part, la peinture Session du Conseil d'État, de Georgina de Albuquerque, réalisée en 1922, peut être considérée comme le premier tableau d'histoire fait par une femme au Brésil. Cette œuvre remet en cause une tradition de la peinture académique qui s´est développée au cours du XIXe siècle au Brésil, où les héros et les faits historiques étaient présentés au masculin. D'autre part, en 1921, le peintre italien Domenico Faillutti a réalisé pour le Museu Paulista de São Paulo, le Portrait de Dona Leopoldina Habsbourg et ses enfants où la princesse est présentée selon une composition opposée à la précédente. Si la toile de Georgina représente la princesse en train de diriger le processus de l'Indépendance, en soulignant son rôle politique, la peinture de Failutti souligne le rôle maternel et domestique comme étant sa plus importante contribution à la formation de la nation. Dans ce texte, on essaiera de montrer comment ces deux toiles peuvent être considérées comme des prises de position dans le contexte politique d'affirmation de la jeune République brésilienne (fondée en 1889), et en quoi elles matérialisent des discours contradictoires sur la place des femmes dans ce nouvel ordre politique. In 1922, the one hundredth anniversary of the Independence of Brazil was celebrated. At that moment, history painting in Brazil experienced a late revival, as a number of new productions were ordered in connection with the expected festivities. Amongst those new productions, two very different representations of Princess Leopoldina of Habsburg, the first wife of Pedro de Bragança, Emperor of Brazil between 1822 and 1831, emerged. This article intends to analyze these works, which are now exhibited in national public museums, as the embodiment of different positions on gender, history and power. The first analysis focuses on the work titled Sessão do Conselho de Estado (Session of the Council of State), produced by Georgina de Albuquerque in 1922, which is considered to be the first history painting made ​​by a woman in Brazil. This work contradicts a tradition that had developed since the 1800s in Brazil, in which heroic deeds, or politically significant deeds, were portrayed as a product of masculine subjects. On the other hand, in 1921, the Italian painter Domenico Faillutti produced for the Museu Paulista in São Paulo the painting called Portrait of Dona Leopoldina of Habsburg and her sons, which represents the princess through an absolutely different compositional and thematic context. Whilst the painting by Georgina attributed the Brazilian independence process to the Princess, emphasizing her significant political role, this work emphasizes her maternal and domestic roles as her most important contribution to the formation of the Brazilian nation. This article intends to show that both paintings can be seen as statements of a particular position in the political context of affirmation during the Brazilian First Republic (1889-1930) when contrasted discourses about the place of women in this new political order emerged, picturing active political subjects on the one hand and "virtuous mothers” on the other hand. Em 1922, celebrou-se o primeiro centenário da Independência do Brasil. Nesse momento a pintura de história experimentou um revival tardio, ensejando uma série de produções e encomendas para os festejos realizados ; dentre elas emergem duas representações muito diversas da Princesa Leopoldina de Habsburgo, primeira esposa de Pedro de Bragança, Imperador do Brasil entre 1822 e 1831. Pretende-se analisar essas obras, que hoje figuram em museus públicos nacionais, como materializações de discursos diversos sobre gênero, história e poder. Por um lado, trata-se de Sessão do Conselho de Estado, de Georgina de Albuquerque, realizada em 1922, que é considerada como a primeira pintura de história feita por uma mulher no Brasil. Essa obra contradiz toda uma tradição que se desenvolveu ao longo do oitocentos no país mediante a qual as ações heróicas, ou politicamente significativas, forma retratadas como frutos de sujeitos masculinos. Mas, de outro lado, em 1921, o pintor italiano Domenico Faillutti realizada para o Museu Paulista de São Paulo, a tela “Retrato de Dona Leopoldina Habsburgo e seus filhos”, na qual representa a princesa por meio de uma solução compositiva e temática absolutamente diversa. Se na tela de Georgina, atribui-se à princesa a condução do processo de Independência, assinalando seu papel politicamente ativo, aqui frisa-se o papel maternal e doméstico como sua contribuição mais importantes para a formação da nação. Procuraremos mostrar que ambas as telas podem ser vistas como tomadas de posição diante do contexto político de afirmação da I República brasileira (1889-1930); nelas materializam-se os discursos contraditórios sobre os lugares das mulheres nessa nova ordem, de um lado, como sujeitos políticos, e de outro, como “mães virtuosas”.
Databáze: OpenAIRE