GESTAÇÃO GEMELAR COM FETO VIVO E MOLA COMPLETA – UM RELATO DE CASO

Autor: Cicero Alef do Nascimento Brito, Layla Serrano de Lacerda, Thaís Rocha Gomes Batista, Ysabor Emanuele Santos Pereira de Lima, Luciano Pinheiro da Nóbrega Júnior, Liliane de Araújo Saraiva Câmara
Rok vydání: 2023
Předmět:
DOI: 10.5281/zenodo.7760925
Popis: Introdução:A gestação gemelar envolvendo mola hidatiforme completa coexistindo com feto em desenvolvimento normal é uma condição extremamente rara, que está associada a diversas complicações materno-fetais.Relato de caso:Uma mulher de 30 anos, multípara com 23+2 semanas de idade gestacional, deu entrada no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) devido ultrassonografia que identificava gestação gemelar de feto vivo saudável coexistindo com uma mola hidatiforme. A mesma recebeu atendimento especializado, e durante a gestação evoluiu com diabetes gestacional e hipertireoidismo subclínico, sem outras complicações. No curso de 36+5 semanas de gestação, desencadeou trabalho de parto associado a sangramento genital leve e teste para covid19 positivo; foi submetida a uma cesariana com com nascimento de feto vivo, sexo feminino, apgar 8/10, pesando 3356g. No intra operatório seguiu com hipotonia uterina, sendo realizado histerectomía subtotal puerperal. O anatomopatológico da massa extra placentária confirmou mola hidatiforme completa. A curva de gonadotrofina coriônica humana declinou no pós parto.Discussão e Conclusão:Esta é uma doença clinicamente rara com alto riscos. Todos os casos de suspeita de gravidez múltipla com mola hidatiforme e feto vivo coexistente devem ser encaminhados e tratados em um centro terciário especializado no diagnóstico e tratamento de doença trofoblástica gestacional. A literatura mostra que cerca de 34% dessas mulheres são posteriormente diagnosticadas com neoplasia trofoblástica gestacional (NTG). Há uma taxa de nascimento prematuro de 78%, 50% de nascidos vivos, e morte fetal intra uterino em 40,1%. Pacientes com essa condição têm risco mais elevado de desenvolver NTG posteriormente, e é importante ressaltar que este risco ocorre independentemente da idade gestacional da interrupção ou da via de parto. Sangramento genital, hipertireoidismo e pré-eclâmpsia são as condições mais associadas à interrupção da gestação. O caso descrito foi definido como um raro, com um bom desfecho. O diagnóstico, manejo e monitoramento dessa condição permanecerão desafiadores devido à sua raridade.
Databáze: OpenAIRE