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Introdução:A gestação gemelar envolvendo mola hidatiforme completa coexistindo com feto em desenvolvimento normal é uma condição extremamente rara, que está associada a diversas complicações materno-fetais.Relato de caso:Uma mulher de 30 anos, multípara com 23+2 semanas de idade gestacional, deu entrada no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) devido ultrassonografia que identificava gestação gemelar de feto vivo saudável coexistindo com uma mola hidatiforme. A mesma recebeu atendimento especializado, e durante a gestação evoluiu com diabetes gestacional e hipertireoidismo subclínico, sem outras complicações. No curso de 36+5 semanas de gestação, desencadeou trabalho de parto associado a sangramento genital leve e teste para covid19 positivo; foi submetida a uma cesariana com com nascimento de feto vivo, sexo feminino, apgar 8/10, pesando 3356g. No intra operatório seguiu com hipotonia uterina, sendo realizado histerectomía subtotal puerperal. O anatomopatológico da massa extra placentária confirmou mola hidatiforme completa. A curva de gonadotrofina coriônica humana declinou no pós parto.Discussão e Conclusão:Esta é uma doença clinicamente rara com alto riscos. Todos os casos de suspeita de gravidez múltipla com mola hidatiforme e feto vivo coexistente devem ser encaminhados e tratados em um centro terciário especializado no diagnóstico e tratamento de doença trofoblástica gestacional. A literatura mostra que cerca de 34% dessas mulheres são posteriormente diagnosticadas com neoplasia trofoblástica gestacional (NTG). Há uma taxa de nascimento prematuro de 78%, 50% de nascidos vivos, e morte fetal intra uterino em 40,1%. Pacientes com essa condição têm risco mais elevado de desenvolver NTG posteriormente, e é importante ressaltar que este risco ocorre independentemente da idade gestacional da interrupção ou da via de parto. Sangramento genital, hipertireoidismo e pré-eclâmpsia são as condições mais associadas à interrupção da gestação. O caso descrito foi definido como um raro, com um bom desfecho. O diagnóstico, manejo e monitoramento dessa condição permanecerão desafiadores devido à sua raridade. |