ANÁLISE DA DINÂMICA PRAIAL APÓS A DEPOSIÇÃO DE LAMA EM 2014 NA PRAIA DO CASSINO (RS, BRASIL) UTILIZANDO AERONAVE REMOTAMENTE PILOTADA

Autor: Marco Antônio Rigola Romeu, Fabricio Soares Porto, Rodrigo Silva Simões, Eduardo Seta Caminha, Lauro Julio Calliari, Ulisses Rocha de Oliveira
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2020
Předmět:
Zdroj: Revista Brasileira de Geomorfologia, Vol 21, Iss 3 (2020)
ISSN: 2236-5664
1519-1540
Popis: Nos últimos anos a praia defrontante ao balneário Cassino, Rio Grande, RS, vem sendo palco de eventos de deposição de lama. O evento de deposição de lama na praia analisado neste trabalho iniciou em abril de 2014 e perdurou até o final de 2016. O objetivo do presente estudo foi avaliar as alterações na dinâmica da praia, associada a esse evento de deposição de lama, sobretudo as alterações decorrentes da ação das ondas, que possibilitaram uma regeneração da praia em 2016. Foram realizados 12 levantamentos aerofotogramétricos usando um drone DJI® Phantom 3 Professional entre junho de 2016 e novembro de 2017 na porção central do balneário Cassino. As fotografias oblíquas possibilitaram uma visão mais ampla da praia. Já as fotografias verticais cobriram um pequeno segmento de 368 m de linha de costa. Nesta porção foram digitalizados o limite praia duna frontal, a linha d´água e dunas formadas próxima a face da praia após a deposição de lama. Dados medidos por dois ondógrafos direcionais foram utilizados para caracterizar a ação das ondas entre maio e dezembro de 2016. As primeiras imagens adquiridas em maio de 2016 demonstram a praia com influência dos depósitos de lama fluída, tendo este depósito uma extensão de cerca de 7 km. Neste período, podemos destacar uma praia subaérea mais larga e a ausência da zona de surfe, com pequenas dunas sobre o pós-praia, próximas da face da praia, dado o longo período sem ondas no segmento, consideradas neste trabalho como dunas anômalas. Desde o início do monitoramento, observou-se que o avanço das ondas sobre o depósito de lama era evidente, visto que o mesmo não estava sendo reposto. Após a ação das ondas durante o ano de 2016 o banco de lama se deslocou sobre o pós-praia e as ondas passaram a atingir a costa novamente, passando sobre o bolsão de lama. A partir disso a energia das ondas passou a ser mais atuante na praia subaérea, regenerando a mesma. A fotografia de 29 de outubro demonstra uma praia praticamente recuperada do depósito de lama, com praia arenosa e larga zona de surfe. No trecho coberto por imagens verticais, houve redução progressiva na área das dunas anômalas, situadas sobre o pós-praia, desde 1705 m2 em maio de 2016, 1685 m² em junho, 654 m² em agosto e apenas 190 m2 em setembro. As fotografias obtidas em datas posteriores ao ciclone de 27 de outubro mostram que as dunas vegetadas formadas no pós-praia desapareceram na maior parte da praia. Em 2017, as imagens demonstram uma praia arenosa dominada por ondas, condição comumente identificada, demonstrando um processo de resiliência no local.
Databáze: OpenAIRE