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O Brasil formulou uma politica para incentivar o campo emergente da nanotecnologia no comeco da decada de 2000, em sincronia com os paises industrializados. A area foi declarada estrategica na politica de ciencia, tecnologia e inovacao desde 2004 e considerada um motor para aumentar a competitividade do pais. Neste artigo avaliamos a trajetoria da politica de nanotecnologia ao longo de 15 anos, desde a euforia inicial a situacao atual de virtual paralisacao pelos cortes orcamentarios. Analisamos como foi conformada a agenda da politica, assinalando a influencia internacional e o papel central assumido pela comunidade cientifica. Examinamos quatro dimensoes da formulacao e implementacao da politica: a construcao de capacidades de pesquisa, a promocao da inovacao, a questao dos riscos e da regulacao e a avaliacao das implicacoes eticas, legais e sociais. Mostramos que a politica de nanotecnologia foi concebida com um enfoque de governanca estreito, que foi sendo ampliado ao longo do tempo, como resultado de pressoes do contexto local e internacional. Finalmente evidenciamos o contraste entre o carater estrategico atribuido a nanotecnologia e a falta de priorizacao real revelada pela instabilidade orcamentaria. As fontes de informacao sao principalmente documentais, complementadas por observacao sistematica de eventos relevantes e entrevistas com decisores politicos. Palavras-chave: Nanotecnologia, politica de CT&I, governanca da nanotecnologia. |