Pierre Monbeig et le vacillement d'une tradition dans les TropiquesPierre Monbeig and the hesitation of a tradition in the tropics

Autor: César Ricardo Simoni Santos
Rok vydání: 2016
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da USP (Biblioteca Digital da Produção Intelectual)
Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
Confins (2016)
ISSN: 1958-9212
DOI: 10.4000/confins.10724
Popis: As considerações aqui arranjadas partem da expectativa de se destacar alguns elementos do trabalho de Pierre Monbeig que revelam o caráter inovador e, mesmo, revolucionário de sua geografia. Muitos desses elementos aparecem dispersos e não foram sistematizados em sua obra, mas a sua repetição ao longo de artigos e livros sugere a tímida intencionalidade guardada por detrás de cada um deles. O caráter intuitivo e pouco analítico de algumas de suas fortes conclusões a respeito da pertinência dos antigos conceitos e métodos da geografia tradicional francesa guarda já o germe e a potência de uma crítica que se tornará corrente somente 15 ou 20 anos após ter sido anunciada por Monbeig. Talvez pelo caráter pouco sistematizado e ainda um tanto intuitivo de sua crítica, tais avanços teórico-conceituais raramente foram postos em debate de forma clara e com a devida importância. No entanto, o que este artigo pretende demonstrar é que a experiência de conhecimento da realidade brasileira permitiu a Pierre Monbeig iniciar uma profunda reelaboração, senão somente do arcabouço teórico e conceitual da geografia, também do próprio estatuto epistemológico disciplinar. Nestes termos, além da “atualização” esperada das teorias sociais, o que ocorre normalmente numa perspectiva diacrônica, Monbeig teve a chance de experimentar, quase que de forma simultânea à consolidação do método regional na França, uma realidade que tem aversão à estabilidade dos arranjos espaciais, o que lhe permitiu indagar, com profundidade, a legitimidade do método que havia se normalizado no ofício da geografia. Les réflexions exposées ici veulent mettre en évidence certains éléments du travail de Pierre Monbeig qui révèlent le caractère innovant, et même révolutionnaire, de sa géographie. Beaucoup de ces éléments peuvent apparaitre de manière dispersée, et ne sont pas systématiquement présents dans son travail, mais leurs apparitions répétitives tout au long de ses articles et de ses livres suggère une intention timide, cachée derrière chacun d'entre eux. Le caractère intuitif et peu analytique de certaines de ses importantes conclusions sur la pertinence des anciens concepts et méthodes de la géographie traditionnelle française contiennent déjà, et c'est ainsi qu'on l'interprète ici, le germe et la force d'une critique qui deviendra courante uniquement 15 ou 20 années plus tard. Peut-être est-ce à cause de l’aspect non systématisé et encore quelque peu intuitif de sa critique, que beaucoup de ses avancées théorico-conceptuelles n’ont été que rarement discutées en débat clair, sans qu'on leur donne l'importance qui leur était due. Cependant, ce que cet article vise à démontrer est que son expérience de la connaissance de la réalité brésilienne a permis à Pierre Monbeig de commencer une remise en question profonde, non seulement du cadre théorique et conceptuel de la géographie, mais aussi de son propre statut épistémologique disciplinaire. En ces termes, au delà de la "mise à jour" attendue des théories sociales, qui ne se produit normalement que dans une perspective diachronique, Monbeig a eu la chance de faire, presque simultanément à la consolidation de la méthode régionale en France, l'expérience d'une réalité hostile à la stabilité des agencements spaciaux, ce qui lui a permis d’examiner en profondeur la légitimité de la méthode qui avait été normalisée par l’habitude disciplinaire de la géographie. The considerations here arranged aim at featuring some elements of Pierre Monbeig’s work which reveal the innovative and even revolutionary character of his Geography. Most of these elements appear dispersed and have not been systematized with that purpose throughout his work, but their reappearance in several articles and books suggests their importance as well as the timid intentionality behind each of these recurrent assertions. The intuitive and barely analytical character of some of his strong conclusions regarding the propriety of old concepts and methods of the traditional French Geography already contains the germ and the power of a criticism which became usual only 15 or 20 years later, and this is how they have been considered here. Perhaps for their unsystematic and still fairly intuitive condition, such theoretical-conceptual advances have rarely been debated, if only superficially, and never with its due importance. However, I am confident that the experience of getting acquainted with the Brazilian reality opened for Pierre Monbeig the opportunity for the commencement of a re-elaboration not only of Geography’s theoretical and conceptual outline, but also of its own epistemological status — and this is what I intend to demonstrate here. In these terms, besides the expected “update” of the social theories, which usually occurs in a diachronic perspective, Monbeig had the chance of experiencing, almost simultaneously with the consolidation of the regional method in France, a reality which has an aversion to the stability of special arrangements, which allowed him to seriously inquire the legitimacy of the method which had become a mere routine in the practice of Geography.
Databáze: OpenAIRE