Ser mulher segundo Freud - Um caminho para a feminilidade?

Autor: Petra Bastone
Rok vydání: 2020
Předmět:
Zdroj: Ekstasis: Revista de Hermenêutica e Fenomenologia; v. 9, n. 2 (2020): Técnica, tecnologia e comunicação: desafios da hermenêutica contemporânea; 276-291
Ekstasis: Revista de Hermenêutica e Fenomenologia
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
instacron:UERJ
ISSN: 2316-4786
DOI: 10.12957/ek.2020.51328
Popis: Se, desde as primeiras escutas das histéricas, a sexualidade feminina sempre foi do interesse de Freud, que deu voz aos desejos femininos, a feminilidade, porém, é um assunto que coloca a teoria freudiana em grandes impasses e paradoxos. Afinal, o que é ser mulher de acordo com a teoria freudiana? É viver para lidar com uma inveja peniana, que correria o risco de nunca ser superada por completo? É sofrer um específico processo de passagem pelo complexo de Édipo? Muito do discurso de Freud corre pelo sentido de que a mulher tenta suprir a falta de um pênis de diversas formas, mostrando uma inferioridade que se daria a partir de uma falta anatômica. O destino maldito da mulher seria traçado pela sua anatomia segundo o autor; mas, ao mesmo tempo, ele afirma que ninguém é totalmente masculino ou feminino. Pelo fato de acreditar que ser mulher vai muito além de sua condição biológica (assim como Freud) e, diante de tantos impasses na obra de Freud, recorrerei a duas filósofas que criticam o pensamento freudiano para tentar trabalhar a questão da feminilidade no interior da obra do autor. Com o recurso ao pensamento de Judith Butler, que afirma que parte das considerações sobre a construção da feminilidade se deve a uma matriz heterossexual do desejo, e a Simone de Beauvoir, principal nome do movimento feminista, que mostra aspectos importantes do amplo alcance do privilégio masculino em nossa cultura, pretendo articular concepções diferentes do “ser mulher” e, ao mesmo tempo, tentar uma conversa (ainda que conflitante) entre os três teóricos
Databáze: OpenAIRE