Eu quero ser o sol! (re) interpretações das intersecções entre as relações raciais e de gênero nas culturas infantis entre crianças de 0 à 3 anos em creche

Autor: Santiago, Flávio, 1987
Přispěvatelé: Faria, Ana Lúcia Goulart de, 1951, Miguel, Antonio, Silva, Clara Maria, Dias, Lucimar Rosa, Souza, Márcia Lúcia Anacleto de, Silvério, Valter Roberto, Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Rok vydání: 2020
Předmět:
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
instacron:UNICAMP
DOI: 10.47749/t/unicamp.2019.1080647
Popis: Orientador: Ana Lúcia Goulart de Faria Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Resumo: A presente tese tem como objetivo contribuir com os estudos referentes à produção das culturas infantis, explorando os aspectos relativos às (re)interpretações das intersecções entre o processo de racialização, as relações de classe e as relações de gênero produzidas por crianças pequenininhas, negras e brancas, de 0 a 3 anos, de um coletivo infantil em uma creche pública. Trata-se de uma etnografia que foi realizada na região metropolitana de Campinas-SP fazendo uso do registro em caderno de campo e entrevistas com as docentes da unidade. As crianças serão aqui tomadas como autoras sociais ativas e construtoras de cultura, e a creche será abordada como um coletivo infantil que propicia a construção de relações entre os meninos e as meninas de pouca idade, tendo em vista que, em nossa sociedade ocidental, muitas vezes a primeira infância é tomada enquanto experiência somente do âmbito privado. O conceito de intersecção visa a destacar como as relações historicamente contingentes e específicas a determinada conjuntura constroem modos de vida e legitimam processos de hierarquização por meio de imbricações dos marcadores sociais de diferença raça, gênero, classe social e idade. A pesquisa que aqui se desdobra traz na chave de sua discussão a importância de também pensar esse processo em relação às crianças pequenininhas, aspecto ainda pouco abordado nas pesquisas dessa natureza. Com base nas análises, pode ser destacado que a minha etnografia foi marcada pela leitura social do meu corpo, que possui traços fenotípicos brancos, os quais foram em muitos momentos lidos pelas crianças a partir das imagens racialmente propagadas pela branquitude, que tomam como base a cor da pele para estabelecer princípios hierárquicos, definidos a partir de demandas sociopolíticas e disputas de poder, que reforçam privilégios sociais. Também foram identificadas na pesquisa as transgressões, resistências das crianças pequenininhas, negras e brancas, as quais tensionam as hierarquias pautadas na ordem patriarcal e racista criando outros modos de relação com o mundo e com os outros sujeitos por meio de suas brincadeiras e relações construídas a partir de seu protagonismo enquanto sujeitos Abstract: This work aims to contribute to the studies related to the production of peer cultures, exploring the aspects related to the (re)interpretations of the intersections between the process of racialization, the relations of class, and the relations of gender produced by both black and white tiny young children, from 0 to 3 years old, of a children¿s collective at a public daycare center. It is about an ethnography that was carried out in the metropolitan region of Campinas-SP making use of a field notebook as record device and interviews with the educators of the center. The children herein will be taken as active social authors and culture builders, and the daycare center will be regarded as a children¿s collective, which fosters the construction of relations between the boys and the girls of little age, considering that in our western society early childhood is very often taken as an experience within the private ambit only. The concept of intersection aims to emphasize how the historically contingent and specific relations to a determined conjuncture build lifestyles and legitimize hierarchical processes through their imbrications of social markers of race, gender, social class, and age difference. The research that here unfolds brings, in the key of this discussion, the importance of also thinking this process in regard to the tiny young children, aspect still little addressed in researches of this nature. Based on the analyzes, it can pointed out that my ethnography was marked by the social reading of my own body that possesses white phenotypic traits, which were in many moments read by the children from the images racially propagated by the whiteness, that take as base the color of the skin in order to establish hierarchical principles, defined from sociopolitical demands and power disputes that reinforce social privileges. Also identified in the research were the transgressions, resistances from the tiny young children, black and white, which stress the hierarchies in question, based on the patriarchal and racist order, creating other modes of relation with both the world and the other subjects through their games and built relations from their protagonism as subjects Doutorado Educação Doutor em Educação FAPESP 2015/ 0264-0 CAPES
Databáze: OpenAIRE