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Resumo Objectivos Apresentar a nossa experiencia clinica e cirurgica da cistectomia radical no carcinoma da bexiga, avaliar as complicacoes pos-operatorias e a sobrevida global dos doentes. Material e metodos Foi efectuada uma analise retrospectiva de todos os doentes submetidos a cistectomia radical por carcinoma da bexiga entre 2006 e 2010. As caracteristicas patologicas foram descritas com base na classificacao TNM de 2009. Foram avaliadas as complicacoes pos-operatorias nos primeiros 30 dias apos a cirurgia, segundo a escala de Clavien-Dindo e calculada a sobrevida global. Resultados Foram analisados os dados de 195 doentes com uma idade media de 67,8 anos (28–87 anos). 82,6% eram do sexo masculino. A mediana do tempo de seguimento foi de 2,5 anos. Foi diagnosticado carcinoma urotelial em 93,8% dos casos. A maioria dos doentes apresentava doenca extravesical, com estadio patologico T3 em 28,7% e T4 em 22,1%. Em 32,8% dos doentes submetidos a linfadenectomia foram detectadas metastases ganglionares. A derivacao urinaria mais frequente foi a uretero-ileostomia cutânea realizada em 79% dos casos, seguida pela neobexiga em 10,3%. Foram registadas complicacoes pos-operatorias em 40,5% dos doentes, sendo 28,2% grau I/II e 12,3% grau III-V, com uma taxa de mortalidade de 3,6%. A sobrevida global aos 3 anos foi de 54% e aos 5 anos foi de 48%. Os casos com doenca localizada a bexiga (≤ pT2N0) apresentaram uma sobrevida aos 3 anos de 89%. A presenca de doenca extravesical (≥ pT3) e a metastizacao ganglionar confirmaram ser factores de mau prognostico, com sobrevidas globais aos 3 anos de 46% e de 22%, respectivamente. Conclusoes Os resultados desta serie mostram que a cistectomia radical e uma cirurgia complexa mas com morbilidade e mortalidade pos-operatoria precoce razoaveis. A cirurgia deve ser efectuada numa fase inicial da doenca de forma a oferecer os melhores resultados de sobrevida. |