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O presente artigo tem como objetivo contribuir para recompor o vasto campo de ausências na história da educação latino-americana, analisando a contribuição de duas mulheres educadoras cujo protagonismo foi encoberto e de quem pouco se conhece. As mulheres apresentadas neste trabalho, Salomé Ureña Henríquez y Carvajal (1850-1897) e Enriqueta Compte y Riqué (1866-1949), viveram em contextos sociais e políticos diferentes, embora fossem contemporâneas. Ambas atuaram na educação de mulheres, como professoras e dirigentes de instituições e tiveram ativa participação política em seus países. Utilizamos a metáfora do encobrimento no sentido a ela atribuído por Enrique Dussel (1993) em seu livro 1492: O encobrimento do outro onde o “ego” descobridor e colonizador se vê confirmado diante do seu “outro” e se sente legitimado como superior para vencê-lo, violentá-lo ou simplesmente não reconhece a sua existência. A pesquisa insere-se no campo da história da educação, valendo-se de estudos feministas e sobre (des)colonialidade. Para o tratamento das fontes documentais foram utilizadas as técnicas de análise documental e análise de conteúdo. Como resultado, pode-se dizer que o movimento dessas duas mulheres latinas no século XIX contribuiu para o avanço da igualdade e da conquista dos direitos à educação, compreendida como uma via para alcançar a libertação feminina. Verificamos também como a promoção de experiências de educadoras contribui para a desmistificação do lugar da mulher para além do privado e do lar. |