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Este artigo trata da socialização de gênero de crianças pequenas em um Centro Municipal de Educação Infantil, da cidade de Curitiba, a partir das relações entre docência e religião. Os dados da pesquisa foram coletados a partir de questionários, observação e entrevista com professoras entre os meses de agosto e dezembro de 2018. Objetivou-se verificar se a vivência religiosa das professoras influencia nas decisões cotidianas. A análise ocorreu a partir de Pierre Bourdieu e Gimeno Sacristán, para as noções de socialização, habitus e docência, além de estudos do campo de gênero na educação (Louro, Vianna e Finco). Os resultados indicam que algumas ações são realizadas por hábito e outras decorrem das falas das professoras sobre corpos e aparência das crianças, de modo que há o reforço de estereótipos masculinos e femininos. Por outro lado, as crianças trazem do seu cotidiano informações sobre gênero frente às quais foi detectado o silenciamento das professoras, o que também contribui para reforçar os estereótipos. Por fim, há ainda, as ações vindas diretamente das professoras, definindo o “lugar” de meninos e meninas. A realização de formação das professoras se faz necessária diante do quadro atual para que reflitam e rompam com essas práticas, contribuindo no processo de socialização profissional. |