Materialidade e contingência
Autor: | Brito, Matheus Barbosa Morais de |
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Přispěvatelé: | Durão, Fábio Akcelrud, 1969, Silvestre, Osvaldo Manuel, 1961, Anacleto, Maria Marta Dias Teixeira Costa, Ribeiro, António Joaquim Sousa, Portela, Manuel José Freitas, Sterzi, Eduardo, Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade de Coimbra. Faculdade de Letras, Programa de Pós-Graduação em Teoria e História Literária, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Silvestre, Osvaldo, Durão, Fabio |
Rok vydání: | 2021 |
Předmět: |
Literatura - História e crítica - Teoria
etc Não-identidade Aesthetics Crítica textual Epistemologia Epistemology Identidade (Conceito filosófico) na literatura Literature - History and criticism - Theory etc Materialismo Materialidade Identity (Philosophical concept) in literature Estética Materiality Textual criticism Materialism |
Zdroj: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) instacron:UNICAMP Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) instacron:RCAAP |
DOI: | 10.47749/t/unicamp.2017.984640 |
Popis: | Orientadores: Fabio Akcelrud Durão, Osvaldo Manuel Silvestre Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem e Universidade de Coimbra Resumo: A Teoria Literária surgiu, consolidou-se como disciplina e entrou em colapso durante o século XX. Enquanto parte da institucionalização do estudo acadêmico da literatura, a Teoria rechaçou tanto o historicismo associado à Filologia como a abordagem estético-filosófica da obra literária, promovendo o que seria um paradigma epistemológico mais "adequado". Seu compromisso com a disciplina da Linguística, que alimentou o desprezo por fatores "extrínsecos" ao texto literário, foi para tal decisivo. No entanto, em consequência dos próprios limites metodológicos que subscreveu, e junto à crítica geral aos conceitos e interesses cognitivos tradicionais das Humanidades ¿ crítica então levada a cabo pela "virada linguística" e a seguir pela "virada cultural" ¿, a Teoria da Literatura pouco a pouco perdeu espaço para outras formas de discurso. Trata-se da institucionalização do pós-estruturalismo e da Desconstrução, dos estudos culturais e demais abordagens temáticas ¿ e de sua subsequente fragmentação no atual quadro "pós-teórico." Em certo sentido, essas manifestações podem ser compreendidas como uma complexificação interna ao paradigma, como catálogos descritivos em disputa, e não como resultantes de uma ruptura radical. Permanece-lhes comum uma concepção transmissivo-semiótica da textualidade literária, apenas infletida no tocante à semântica textual. Por essa razão, os dissidentes não deixaram de incorrer em problemas análogos àqueles acusados nas abordagens tradicionais, e mesmo delas herdados ¿ desde já do fato de que seu enlace com a linguística não só permaneceu inquestionado como se tornou sua ferramenta crítica por excelência. Entretanto, como contraparte dessas abordagens hoje correntes, fez-se progressivamente visível uma série de outras intenções teóricas, que se poderiam sumarizar como uma problematização da materialidade. Comum a essas outras intenções e junto a essa categoria, parece estar em operação uma epistemologia da não-identidade, dotada de uma dupla função: por um lado, permite-lhes serem mais do que simples recaídas nas abordagens pré-teóricas do historicismo e do esteticismo; por outro, exime-lhes de construírem seus catálogos descritivos com base nas mesmas regras da Teoria de penhor linguístico. Se, a princípio, poder-se-ia entender essa categoria ¿ de materialidade ¿ como signo de um retorno à Filologia, é também à volta dela que se percebe um retorno da Estética nos estudos literários. Nosso trabalho questiona e mensura a validade dessa teorização literária, com especial atenção à ideia de "contingência," não-identidade. Para tal, seguimos sobretudo o percurso teórico-crítico de três autores: num momento, o trabalho de Hans Ulrich Gumbrecht, que de modo mais conceitualmente explícito, volumoso e inconstante esforça-se por elaborar a categoria da materialidade por vias radicalmente distintas daquela adotada pela tradicional teoria e pelas abordagens correntes; num outro, os trabalhos de Jerome McGann e Johanna Drucker, os quais procuraram implementar e medir de maneira prática o que poderia ser uma tal via alternativa, processo através do qual diferentes modelos emergiram. Consideramos como esses autores respondem ao atual cenário da teoria e da crítica literária e como suas reflexões têm ressonância dentro e fora desse contexto, isto é, como também se inserem numa discussão epistemológica mais ampla. Repensando os métodos de que se valem os estudos literários, este trabalho visa contribuir com a reorientação da teoria literária no âmbito da contemporânea reflexão estético-filosófica. Em última instância, pensar a materialidade exige não apenas que se considerem os predicados fundamentais e as premissas da teoria literária mas que se faça o esforço por sua transformação Abstract: During the twentieth century, Literary Theory emerged, consolidated itself as an academic discipline and finally fell into crisis. As part of the academic institutionalization of literary studies, Literary Theory rebutted both the old historicist approach associated with Philology and the aesthetic-philosophical approach to literary works, promoting instead an epistemological paradigm that intended to be more adequate than the previous one. Fostering the contempt for factors then regarded as "extrinsic" to the literary text, its disciplinary commitment to Linguistics was decisive for such a process. However, as a result of the very methodological limits it subscribed, along with the general criticism of traditional concepts and cognitive interests of Humanities ¿ a criticism carried out by "linguistic" and "cultural" turns in the second half and late twentieth century ¿, Literary Theory steadily gave way to other discursive forms. This process concerned the institutionalization of post-structuralism and deconstruction, of cultural studies and other thematic approaches to literature ¿ as well as its subsequent fragmentation in the current "post-theoretical" era. In a certain sense, these manifestations can be understood as part of a process of internal differentiation, as competing catalogues of description inside a same paradigm, and not as a result of a radical rupture. They all have in common a semiotic-transmissive understanding of literary textuality, merely inflected with regard to textual semantics. For this reason, the dissident theories failed to avoid problems that were analogous to those perceived in the more traditional approaches, and even inherited from them ¿ first of all from their link to linguistics, which, besides remaining unquestioned, also became their critical device par excellence. Nevertheless, a host of other theoretical intentions gradually came forth as a counterpart to such efforts, concerning what we could summarize as the inquiry of materiality. Common to these intentions and along with this category, an epistemology of non-identity seems to operate, with a double role: on the one hand, it allows them to be more than a sheer regression to those pre-theoretical approaches earlier mentioned; on the other, it exempts them from modelling catalogues of description under the rule of linguistic-dependent theory. If we could, at first, understand this category ¿ materiality ¿ as a sign of a return to philology, it is also around this concept that we can perceive a return of aesthetic theory in literary studies. Our thesis questions and measures the validity of this literary theorizing, with special attention to the idea of "contingency," non-identity. In order to do this, we inquire the theoretical-critical works of three authors: first, Hans Ulrich Gumbrecht¿s work, which strives more explicitly ¿ and in a conceptually massive and unstable fashion ¿ to develop the category of materiality through ways radically distinct from those subscribed by literary theory; second, the works of Jerome McGann and Johanna Drucker, which sought to implement and measure in a practical manner what could be and how such alternatives could operate, the very process through which different conceptual models gradually arose. We examine how these authors, among others, react to the current scene of literary theory and criticism, and how their inquiries resonate both within and outside of this context, that is, how they also partake in a wider epistemological discussion. Through reassessing the methods employed by literary studies, the main purpose of this thesis is to contribute to the ongoing relocation of literary theory within the framework of contemporary aesthetic thinking. Inquiring materiality implies not only to question the fundamental predicates and assumptions of literary theory, but also the attempt to change it Doutorado Teoria e Crítica Literária Doutor em Teoria e História Literária |
Databáze: | OpenAIRE |
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