ASSOCIAÇÃO ENTRE LITÍASE RENAL E FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR

Autor: Mônica Rufino Matias, De Lima, Sandro Gonçalves, Alves, Débora Larissa Rufino, Matias, Helbert Pereira, De Araújo, Fernanda Carolinne Marinho, Stenio Ramos Medeiros Gonçalves, De Figueiredo Medeiros, Maria Eduarda Nunes, De Figueiredo Medeiros, Maria Beatriz Nunes, Andressa Lilian Bezerra Bernardo, Guerra, Anna Júlia Aguiar, Tatianne Gabrielle Soares Costa
Rok vydání: 2023
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DOI: 10.5281/zenodo.7636543
Popis: A nefrolitíase é uma doença frequente, de baixa mortalidade, de etiopatogenia multifatorial que está associada ao absenteísmo laboral quando sintomático. A aterosclerose é um transtorno inflamatório progressivo que pode evoluir para condições limitantes ou fatais, prejudicando a qualidade de vida dos portadores. Há fortes evidências de que a formação de cálculos renais esteja associada às doenças cardiovasculares e à síndrome metabólica, visto que ambas são consideradas doenças crônicas que compartilham um mecanismo fisiopatológico de calcificação ectópica. Os fatores de risco para cálculos renais e para doenças vasculares se sobrepõem e estão interrelacionados, sendo a obesidade, hipertensão arterial sistêmica e distúrbios do metabolismo de lipídios os principais. As causas da associação entre a formação do cálculo e esses vários processos sistêmicos não estão claramente elucidadas, mas pode-se incluir semelhantes respostas metabólicas, mecanismos fisiológicos, bem como hábitos alimentares inapropriados, além disto, é importante ressaltar a existência de outros mecanismos patogênicos compartilhados entre ambos distúrbios, como lesão endotelial vascular e metabolismo alterado do cálcio, colesterol e / ou glicose. Tendo em vista a associação entre a litíase renal e os fatores de risco cardiovasculares, já que as etiopatogenias de ambas estão correlacionadas, é importante avaliar o impacto dessa associação em relação aos eventos cardiovasculares maiores nos portadores de litíase renal. O presente estudo objetivou avaliar a ocorrência de eventos cardiovasculares maiores em portadores de litíase renal, atendidos no ambulatório de Nefrologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), através de um estudo de corte transversal, descritivo e analítico, com interesse na análise da prevalência de eventos cardiovasculares maiores em pacientes litiásicos. Foram avaliados 101 prontuários de pacientes portadores de nefrolitíase acompanhados nos ambulatórios de nefrologia do Hospital das Clinicas, no período de julho a outubro de 2019. Foram investigados os registros de fatores de risco para doenças cardiovasculares, como idade, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, dislipidemias, tabagismo, as quais compõem o escore de risco de Framingham, bem como, etilismo e antecedentes pessoais de doença cardiovascular de desfecho maior. Como resultados obteve-se que a maioria de 60,4% eram do sexo feminino, com idade menor que 59 anos (47,5%); 19,8% eram tabagistas; 17,9% eram etilistas; 24% eram diabéticos, e destes, 16,7% em uso de insulina; 56,4% tinham hipertensão arterial sistêmica; 36,4% portavam dislipidemia, nos quais, 31,8% faziam uso de estatinas; 69,1% apresentavam doença renal crônica (DRC) em estágios I e II. Os que já haviam apresentado evento cardiovascular maior prévio contabilizaram 9% da amostra e 52,2 % apresentaram risco moderado a grave de desenvolver eventos cardiovasculares maiores em 10 anos, de acordo com o Score de Framingham. Tanto a litíase renal como os eventos cardiovasculares maiores são importantes problemas de saúde pública, impactam a qualidade de vida e tem altos custos ao sistema público de saúde. A partir da análise dos dados foi possível inferir a existência da relação de risco entre a nefrolitíase e as doenças cardiovasculares. A identificação dessa associação pode resultar no estabelecimento de políticas públicas que tenham impacto na incidência e prevalência de tais eventos.
Databáze: OpenAIRE