Entre o solo e a terra

Autor: Noronha, Isabela, 1991
Přispěvatelé: Fraga, Lais Silveira, 1980, Silva Júnior, Roberto Donato da, 1975, Serafim, Milena Pavan, Siliprandi, Emma Cademartori, Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Aplicadas, Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
instacron:UNICAMP
DOI: 10.47749/t/unicamp.2018.1022072
Popis: Orientadores: Lais Silveira Fraga, Roberto Donato da Silva Júnior Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Aplicadas Resumo: O objetivo desta pesquisa é explorar o que significa a terra para mulheres agricultoras, que se envolvem com a agroecologia e que possuem um histórico de luta pelo acesso e permanência na terra. É possível afirmar que essas mulheres expressam uma outra forma de se relacionar com terra? Qual é a importância dessa relação, seja ela qual for, no fortalecimento das resistências atuais? Qual seria a contribuição da agroecologia na proposição de novas relações com a terra, com a natureza e com a produção? A terra é usada no trabalho como elemento centralizador da discussão, interpretada na pluralidade do termo: tanto enquanto superfície e objeto de manejo, como enquanto eixo do complexo produtivo de alimentos e fonte de relações culturais e identitárias. Considerando a presença de uma racionalidade hegemônica que respalda o uso exploratório e mercadológico do solo/terra, implicando formas de colonização e violências em que os principais prejudicados são as mulheres e a natureza, busco formas alternativas de coexistência no ambiente em algumas teorias como o Ecofeminismo, a Economia Feminista, na Teoria do Cuidado e a Agroecologia, que oferecem alguns conceitos e categorias chave para entender a invisibilidade e a desvalorização dos âmbitos femininos do trabalho, relacionados a atividades de cuidado que abrangem tanto a atenção pessoal quanto o cuidado com a produção ou obtenção de alimentos saudáveis, as lutas de mulheres camponesas e suas relações com a produção. O trabalho também traz um levantamento sobre as interpretações de solo, começando pela formação de uma racionalidade reducionista de dominação da natureza que influenciou os processos de colonização e de desenvolvimento científico, fazendo o recorte da formação da ciência dos solos para pensar como esse processo respaldou a chamada Revolução Verde. Em seguida, trago algumas visões alternativas sobre o solo, dentro e fora da ciência, e particularmente as contribuições da agroecologia, e complemento com a interpretação do solo/terra enquanto um território: o histórico de marginalização das mulheres no acesso à propriedade da terra e suas consequências para entender as particularidades das reivindicações dos movimentos camponeses femininos. Por fim, esses conceitos são articulados para analisar as entrevistas semi-estruturadas com quatro agricultoras do MST, as quais traçam históricos de vidas de luta que ilustram a relação que essas mulheres estabelecem com a terra por meio das atividades de cuidado, da preocupação com a alimentação e a agroecologia. Toda essa caminhada reforça a premissa da existência de múltiplas compreensões para o solo/terra, e também a coexistência desses significados em um mesmo contexto, delineando disputas práticas e conceituais Abstract: The objective of this research is to explore what the earth means for women farmers, who are involved in agroecology and who have a history of struggle for land access and permanence. Can one say that these women express another way of relating to earth? What is the importance of this relationship, whatever it may be, in strengthening today's resistances? What would be the contribution of agroecology in proposing new relations with the earth, with nature and with production? The earth will be used in this work as a central element of the discussion, interpreted in the plurality of the term: both as surface and object of management, as axis of the productive complex of food and source of cultural and identity relations. Considering the presence of a hegemonic rationality that supports the exploratory and market use of soil/earth, implying forms of colonization and violence in which the main disadvantages are women and nature, I look for alternative forms of coexistence in the environment in some theories such as Ecofeminism, Feminist Economics, Care Theory and Agroecology, which offer some key concepts and categories to understand the invisibility and devaluation of the feminine scopes of work related to care activities that encompass both personal attention and care with production or obtaining healthy food, the struggles of peasant women and their relations with production. The work also brings a survey of soil interpretations, starting with the formation of a reductionist rationality of domination of nature that influenced the processes of colonization and scientific development, making the cut of the formation of soil science to think how this process supported the called the Green Revolution. Next, I bring some alternative views on soil, both within and outside of science, and particularly the contributions of agroecology, and complement with the interpretation of soil/earth as a territory: the history of women's marginalization in access to land ownership and its consequences for understanding the particularities of the demands of the female peasant movements. Finally, these concepts are articulated to analyze the semi-structured interviews with four MST women farmers, who draw up life histories of struggle that illustrate the relationship that these women establish with the land through activities of care, concern for food and agroecology. All this walk reinforces the premise of multiple understandings for soil/earth, and also the coexistence of these meanings in the same context, outlining practical and conceptual disputes Mestrado Modernidade e Políticas Públicas Mestra em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas CAPES
Databáze: OpenAIRE