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Este artigo objetiva relatar e refletir sobre intervenções feitas pelo Centro de Estudos Psicológicos (CEP-RUA) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) acerca do compartilhamento de fotos com conteúdo sexual – sexting – entre adolescentes, a fim de colaborar com o desenvolvimento saudável desse público. Foram realizadas três intervenções no município entre os anos de 2014 e 2015, a primeira numa escola privada com cerca de 100 estudantes que estavam entre o 7º ano do Ensino Fundamental e o 3º ano do Ensino Médio, a segunda na zona rural da cidade com 25 participantes sendo eles adolescentes e responsáveis atendidos pela a equipe do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) da área, a terceira foi feita com 120 adolescentes participantes de um projeto social. Para abordar a temática usou-se dinâmicas grupais, contextualizando a necessidade humana de se autorretratar, a exposição da sexualidade durante diferentes contextos históricos e com diferentes ferramentas, da arte à utilização de dispositivos eletrônicos como celulares, câmeras digitais e computadores. Além disso fez-se a apresentação dos dispositivos legais para proteção e acolhimento da vítima em casos de exposição indevida da imagem, principalmente disposições do Estatuto da Criança e do Adolescentes sobre direito a imagem e punição em caso do denunciado ter também até 18 anos incompletos. As intervenções revelaram que a maioria dos adolescentes já tinham conhecimentos prévios sobre o assunto, embora desconhecem-se o termo sexting, também predominou a culpabilização das vítimas quando se tratava de mulheres expostas. Afirmou-se a necessidade de investir na abordagem multidisciplinar da educação para sexualidade com intuito de desmistificar e desconstruir alguns tabus sobre o tema. |