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Entre totalidade da vida social e subjetividade, as criancas sofrem, de um lado, as transformacoes do mundo do trabalho e, de outro, os transtornos da afetividade, como produto social. Um estudo de caso com pre-adolescentes revela a gravidade das determinacoes sociais sobre o individuo, no contexto da nova ordem produtiva e nova sociabilidade. Arrastadas as instituicoes por um desmanche generalizado, sob o impacto da reestruturacao produtiva (“reengenharia”), os trabalhadores e sua prole enfrentam dificuldades e empecilhos, no processo de individuacao. Captando as palavras e sentimentos das criancas, pode-se desvelar a sociedade que lhes e hostil, nos processos de “seguranca ontologica” (Giddens); “ habitus ”, “estrategias de desespero” e “conservacao da violencia” (Bourdieu); estimulos sociais (Vigotsky); “reengenharia do tempo” (Oliveira) e “autonomia negativa”, um modo de resistencia da crianca que inclui, frequentemente, sua “ma conduta”, em resposta a hostilidade social. Como parte da longa historia da divisao social nas duas esferas, trabalho e afetividade, esta era de desmanche e indeterminacao realca a origem social dos obstaculos e sofrimentos, contudo, e do proprio estranhamento que emerge, pela resistencia e enfrentamento, a dialetica, sem a qual nao avanca o processo de individuacao emancipadora da crianca. Palavras-chave : estrutura social, familia, individuo, violencia, resistencia. |