LES INÉGALITÉS MONDIALES: affiliations théoriques et critiques radicales

Autor: Manuela Boatcă
Rok vydání: 2022
Předmět:
Zdroj: Caderno CRH v.35 2022
Caderno CRH
Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron:UFBA
Caderno CRH, Volume: 35, Article number: e022012, Published: 06 JUL 2022
ISSN: 1983-8239
0103-4979
DOI: 10.9771/ccrh.v35i0.49137
Popis: Este artigo argumenta que a abordagem do sistema-mundo de Immanuel Wallerstein foi fundamental para revelar pontos cegos teóricos e metodológicos da Sociologia e para formular um quadro abrangente para o estudo das desigualdades globais. Ao fazê-lo, antecipou tanto a crítica ao eurocentrismo como ao nacionalismo metodológico, apresentada pelas abordagens transnacionais e pós-coloniais, e os debates sobre o aumento das desigualdades globais em várias décadas. Este artigo liga essa primazia analítica a vários fatores: à mudança metodológica da análise dos sistemas-mundo do Estado-nação para toda a economia-mundo capitalista como uma Sociologia global inicial; e à relação entre a mudança metodológica para a crítica epistemológica e seu papel na abordagem inicial de Wallerstein às desigualdades globais. Finalmente, abordo a relação entre a autodefinição da análise dos sistemas-mundo como forma de protesto contra a ciência social dominante (e não como uma teoria) e as filiações teóricas e políticas com abordagens pós-coloniais e decoloniais, para mostrar como elas contribuíram em conjunto para identificar as desigualdades globais como tema. This article argues that Immanuel Wallerstein’s world-system approach was instrumental in revealing sociology’s theoretical and methodological blind spots and in formulating a comprehensive framework for the study of global inequalities. In doing so, he anticipated both the critique of Eurocentrism and the methodological nationalism put forth by transnational and postcolonial approaches, as well as the debates over the increasing global inequalities by several decades. This paper traces this analytical primacy to several factors: first, the methodological shift in world-systems analysis from the nation-state to the whole capitalist world-economy as an early global sociology; second, to the relationship between the methodological shift towards an epistemological critique and its role in Wallerstein’s early approach to global inequalities. Finally, the text addresses the relationship between the self-definition of world-systems analysis as a form of protest against mainstream social science (rather than as a theory) and the theoretical and political affiliations with postcolonial and decolonial approaches, to show how they contributed together to the prominence of global inequalities as a topic. Cet article soutient que l’approche du système-monde d’Immanuel Wallerstein a contribué à révéler les angles morts théoriques et méthodologiques de la sociologie et à formuler un cadre global pour l’étude des inégalités mondiales. Ce faisant, il a anticipé de plusieurs décennies à la fois la critique de l’eurocentrisme et du nationalisme méthodologique avancée par les approches transnationales et postcoloniales, et les débats sur la montée des inégalités mondiales. Cet article relie cette primauté analytique à plusieurs facteurs : premièrement, au changement méthodologique de l’analyse des systèmes mondiaux de l’État-nation à l’ensemble de l’économie mondiale capitaliste, en tant que sociologie mondiale précoce ; deuxièmement, la relation entre l’évolution méthodologique vers la critique épistémologique et son rôle dans l’approche précoce de Wallerstein sur les inégalités mondiales. Enfin, le texte aborde la relation entre l’auto-définition de l’analyse des systèmes-monde comme une forme de protestation contre le courant dominant des sciences sociales (plutôt que comme une théorie) et les affiliations théoriques et politiques avec les approches postcoloniales et décoloniales, pour montrer comment elles ont contribué ensemble à la proéminence des inégalités mondiales en tant que sujet.
Databáze: OpenAIRE