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Resumo Como pessoas LGBTI+ têm sido consideradas nas pesquisas em Educação Matemática? Para responder esta pergunta, realizamos uma pesquisa bibliográfica do tipo Estado da Arte. Nosso corpus de análise incluiu teses, dissertações, artigos em periódicos e anais de eventos nacionais e internacionais. Identificamos 55 produções, publicadas a partir de 1995 – data da primeira publicação encontrada –, as quais interpretamos com inspiração na Análise de Conteúdo. Emergiram, na análise, quatro categorias: Formação de Professories de Matemática; Relações de Pessoas LGBTI+ com Matemática; Educação Básica e Avaliações de Larga Escala; e Discussões Teóricas e Pesquisas Bibliográficas. Percebemos uma concentração de pesquisas com objetivo de investigar as relações de pessoas LGBTI+ com a Matemática na Educação Básica, que interpretamos como uma tentativa de les autories em romper com a (re)produção de cis-heteronormas pela Matemática no âmbito das pesquisas e do contexto escolar. Como encaminhamentos, sugerimos pesquisas que analisem estratégias para um ensino de Matemática que visibilize, respeite e valorize pessoas LGBTI+; articulações entre a Educação Matemática e os estudos queer; compreensões sobre práticas de docentes de Matemática autoidentificades LGBTI+ e suas trajetórias; pesquisas que não apenas incluam pessoas LGBTI+, mas que questionem a natureza do conhecimento e da aprendizagem matemática dessas pessoas, considerando que os ambientes educacionais costumam ser opressores para elas. Precisamos tensionar a (Educação) Matemática, tornando-a um meio pelo qual muitas pessoas, que, historicamente, são subalternizadas também por ela, possam se ver representadas e adentrar seus espaços. Abstract How have LGBTI+ people been considered in mathematics education research? To address this question, we conducted a bibliographic inquiry usually referred as State of the Art. Our corpus of analysis includes theses, dissertations, papers in journals and proceedings of national and international events. We identified 55 productions, published from 1995 – the year of the first publication found – onwards, which we analyzed through a Content-Analysis-based framework. Four categories emerged from the analysis: Mathematics Teacher Training; Relationships established by LGBTI+ People with Mathematics; Basic Education and Large-Scale Assessments; and Theoretical Discussions and Bibliographic Research. We noticed that there is a concentration of research focused on the investigation of the relationships LGBTI+ people establish with mathematics during Basic Education, which we interpret as an attempt to break with the production and reproduction of cisgender and heterosexual norms through mathematics within the scope of research and school context. As takeaways, we suggest further research that proposes strategies for a mathematics teaching process that makes LGBTI+ people visible, respected, and valued; articulations between mathematics education and queer studies; understandings about the practices of self-identified LGBTI+ mathematics teachers and their trajectories; and research that not only includes LGBTI+ people, but that also questions the nature of knowledge and mathematical learning processes of these people, considering that educational environments are often oppressive for them. We need to tense mathematics (education), making it a means by which many people, who have historically been oppressed by it, feel represented and able to enter those spaces. |