Ecomorfologia e estrategias reprodutivas nos Boidae (Serpentes), com enfase nas especies neotropicais

Autor: Prado, Ligia Pizzatto do
Přispěvatelé: Marques, Otavio Augusto Vuolo, Santos, Selma Maria de Almeida, Freitas, André Victor Lucci, Sawaya, Ricardo Jannini, Silva, Wesley Rodrigues, Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
instacron:UNICAMP
DOI: 10.47749/t/unicamp.2006.366495
Popis: Orientador: Otavio Augusto Vuolo Marques Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia Resumo: Síndromes morfológicas relacionadas ao uso do ambiente têm sido observadas em diversas serpentes. Entretanto, a morfologia corporal pode estar associada à linhagem filogenética dos organismos. Portanto, estudos eco-morfológicos podem ser melhor realizados utilizando-se métodos comparativos. Utilizando-se espécimes depositados em coleções, os Boidae (subfamílias Boinae e Pythoninae) foram comparados quanto à morfologia corporal e sua relação com o uso do ambiente. Espécies arborícolas apresentam maior compressão lateral do corpo e cauda relativamente maior quando comparadas àquelas terrícolas e aquáticas, mesmo quando removido o efeito filogenético. O dimorfismo sexual ocorreu em relação ao comprimento rostro-cloacal (CRC), tamanho relativo da cabeça, da cauda, circunferência corporal, compressão lateral do corpo e tamanho do esporão. Entretanto, dentre os Boinae, o dimorfismo de CRC não foi observado na maioria das espécies que apresentam combate (Epicrates spp.) e o de cauda não foi observado nas arborícolas. Na maioria dos casos o dimorfismo resulta de crescimento diferencial entre os sexos já que não estão presentes em recém-nascidos. A otimização dos caracteres morfológicos e de uso do ambiente nas hipóteses filogenéticas disponíveis sugere que os Boidae sofreram poucas modificações ao longo da evolução, muitas das quais representam autapomorfias das espécies ou subespécies. Duas hipóteses filogenéticas concordam que o ancestral dos Boinae possuía cauda curta, circunferência corporal moderada, cabeça pequena, baixo índice de dimorfismo sexual de CRC (SSD) e era semi-arborícola. Mas, não concordam em como seria o ancestral quanto ao tamanho corporal e compressão lateral do corpo. Informações sobre a biologia reprodutiva dos Boinae Neotropicais são restritas e referem-se basicamente a espécimes em cativeiro. Este trabalho apresenta informações sobre a ecologia reprodutiva dessas serpentes, a partir de exemplares preservados em coleções, e compara com as informações disponíveis na literatura para os Erycinae e Pythoninae. Com exceção de Corallus hortulanus e Eunectes murinus, todas as espécies apresentaram vitelogênese concentrada no outono-inverno, gestação do final do inverno até a primavera e nascimentos no final da primavera até o verão. Cópula foi observada em poucas espécies (Boa constrictor ssp. e Epicrates cenchria crassus) e ocorreu do outono até início do inverno. As espécies do gênero Corallus apresentaram vitelogênese mais prolongada. A gestação em C. hortulanus ocorreu desde o final do verão até início do inverno e os nascimentos no outono-inverno. Eunectes murinus apresentou vitelogênese na primavera, a gestação durante o verão e os nascimentos no outono-inverno. O ciclo testicular foi sazonal em B. c. constrictor (pico de espermatogênese no verão) e em E. c. crassus (pico de espermatogênese no verão-outono) e contínuo nas demais espécies analisadas (C. hotulanus, E. c. assisi e E. c. cenchria). O tamanho da ninhada variou de acordo com o tamanho das espécies. O padrão reprodutivo da maioria dos Boinae analisados parece diferir dos Boinae de Madagascar e dos Erycinae, assemelhando-se ao padrão da maioria dos Pythoninae. O tamanho da ninhada e dos recém-nascidos é semelhante nas sub-famílias Boinae e Pythoninae Abstract: Morphological syndromes related to macrohabitat use have been detected in many snakes. However, body morphology can be also related to phylogenetic lineage and for this reason ecomorphological studies are better when using comparative methods. Body morphology and its relationship with macrohabitat use was compared among the Boidae snakes, using preserved specimens deposited in museum collections. Arboreal species are more flattened laterally and have relative longer tails, than terrestrial or aquatic species, even after removing phylogenetic effects. Sexual dimorphisms occurs in SVL, relative head size, tail length, body circumference, lateral flatness of the body and spur size. However, SVL dimorphism are absent in some species with ritual combat (Epicrates ssp.) and tail dimorphism is absent in arboreal species. In most cases sexual dimorphism results of diferential growth in sexes because it does not occur in newborn. Optimizations of morphological characters and microhabitat use on two phylogenetic hypotheses suggest that Boinae had little modifications during the evolution, and most of that represent autapomorphies in species or subspecies level. Both hypotheses agree that the ancestor of Boinae was a short-tailed snake, with medium-size body circumference, small head, low SSD and semi-arboreal, but they disagree how would be the ancestor in terms of body size and lateral flatness of the body. Data on the reproductive biology of Neotropical Boinae are mostly restricted to captive snakes. This work presents information on reproduction of these snakes, using preserved specimens from collections, and compares the results to those available in literature to the subfamilies Pythoninae and Erycinae. The Neotropical Boinae presented vitelogenesis mostly during the autumn and winter (except for Corallus hortulanus and Eunectes murinus), pregnancy from late winter to spring and birth from late spring to summer. Mating was only recorded to Boa constrictor spp. and Epicrates cenchria crassus, from autumn to early winter. Vitellogenis timing was more extended in Corallus hortulanus, the pregnancy was recorded from late summer to early winter, and birth from autumn to winter. In Eunectes murinus vitellogenesis occurred in the spring, pregnancy in the summer and birth from autumn to winter. Testicular cycles were seasonal in Boa c. constrictor (peak occurring in the summer) and in Epicrates c. crassus (peak occurring in the summer-autumn), but continuous in the other species (C. hotulanus, E. c. assisi e E. c. cenchria). Clutch size differs among species but it was related to SVL. The reproductive pattern in most Boinae species apparently differed from the Madagascan boas and Erycinae species but was very similar to the pattern recorded to most Pythoninae snakes. Clutch size and offspring size is similar among Boinae and Pythoninae snakes Doutorado Ecologia Doutor em Ecologia
Databáze: OpenAIRE