Do conves ao porto

Autor: Nascimento, Alvaro Pereira do
Přispěvatelé: Lara, Silvia Hunold, 1955, Neves, Margarida de Souza, Bretas, Marcos Luiz, Chalhoub, Sidney, Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
instacron:UNICAMP
DOI: 10.47749/t/unicamp.2002.243590
Popis: Orientador: Silvia Hunold Lara Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas Resumo: o tema desta tese é a Revolta dos Marinheiros de 1910. Ela não foi a primeira nem a última a exigir melhores condições de trabalho na Marinha de Guerra. Mas alcançou maior notoriedade por exigir a extinção do castigo corporal e ameaçar a capital federal da República de bombardeio caso suas reclamações não fossem atendidas. Longe, porém, de entendê-la como uma reação às punições praticadas a bordo, decidimos vasculhar o passado das relações entre marinheiros e oficiais e resgatar os significados que o próprio castigo fisico assumia para esses homens. Enfim, queríamos saber a razão de o castigo permanecer na Marinha de Guerra até o ano de 1910. Processos-crime, oficios de autoridades militares e policiais, relatórios ministeriais, imprensa, memórias e romances foram as fontes mais utilizadas. Em nossas pesquisas encontramos conflitos que revelavam o choque de valores e costumes entre marinheiros e oficiais nas diversas atividades diárias das embarcações assim como nos momentos em que pisavam em terra firme. Desta forma, também encontramos os primeiros sinais de racismo e homossexualismo nas guarnições, e de como estes fatores poderiam torná-los diferente aos olhos dos demais, gerando violências, desigualdadese prejuízos na carreira. Estas diferenças e conflitos faziam parte da realidade dos vasos de guerra durante boa parte do século XIX. O castigo se somava àquele cotidiano e não havia sido contestado até então. Tanto oficiais comandantes quanto marinheiros viam nele um recurso que impunha respeito e limites a todos os sentimentos. A partir da segunda metade do século XIX, no entanto, a situação começou a se modificar. A chegada das novas ideologias européias e os movimentos abolicionista e republicano trouxeram discursos que criticavam o castigo fisico, levando o primeiro ministro do novo regime a extingui-lo dos manuais de punição. Porém, ele retomou e se manteve até 1910, quando finalmente algo de concreto sacudiu as bases do poder Abstract: The subject ofthis work is the Mariners' Rebellion in 1910. This was not the first neither the last fight for better working conditions at the War Marine. But this was for sure the one to achieve a great notoriety in the sense that it fought for the termination of corporal punishment and to threaten the Republic federal capital city of bombing if the requirements were not fulfilled.But, instead of reading this as a reaction to the on-board punishments, we have decided to inquire the past relationship between mariners and officials and also to understand alI the meanings this physical punishment had for these men. In short, we wanted to know why this kind of punishment was still ruling at the War Marine until 191O. Crime proceedings, police and military official letters, ministerial reports, printed press, memories and novels were great sources to develop this work. During this search, we came across conflicts that revealed the impact of different values and habits between mariners and officials on the several daily actÍvities while on-board or in-land. Following this route, we also found out the first signs of racism and homosexualism in the crew and how these facts made them different to the sight of others, creating moments of violence, disparities and financial losses in the carreer. These differences and conflicts were part of the reality of the war ships during most of the 19thcentury. The punishment would be added to that daily routine, and was not contradicted till then. Not only officials but also mariners saw in it an "expedient" to impose respect and limits to any kind of feeling. But, from the second half of the 19th century on, the situation began to change. New European ideologies and the republic and abolitionist movements have brought criticism to the physical punishment, in such a way that the prime minister of the new political regime had no other way but to extinguish it from the punishment manuais. However, it has come back and lasted until 1910, when finally something concrete has shaked the political power Doutorado Doutor em História
Databáze: OpenAIRE