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Este artigo pretende demonstrar a reconquista da terra e do território pelos povos indígenas do Médio rio Solimões por meio dos processos de reterritorialização e de etnogênese como estratégia de resistência para manutenção da vida como povo, como cultura. Através de metodologias participantes, como oficinas de gestão do conhecimento e mapeamento participante, foram identificadas 47 terras indígenas, entre demarcadas (25) e sem providência (22). A proposição de posse e uso comum do mesmo território por diferentes povos de uma única terra vem demonstrar, após sofrerem violentamente com a desterritorialização, a reconquista de seus territórios ao reverterem a situação e criarem novas territorialidades face ao fenômeno da etnogênese ou da resistência ao processo colonial civilizatório, a fim de evitar futuros conflitos de uso e possibilitar o processo de reconhecimento de suas terras pelos órgãos competentes. Cet article vise à démontrer la reconquête de terres et de territoires par les peuples autochtones du moyen Solimões à travers les processus de reterritorialisation et d'ethnogenèse en tant que stratégie de résistance pour le maintien de la vie en tant que peuple, en tant que culture. Grâce à des méthodologies participatives, telles que des ateliers de gestion des connaissances et de cartographie participative, 47 terres autochtones ont été identifiées, certaines d’entre elles étant délimitées (25) et d’autres non-mesurées (22). La proposition de propriété et d'usage communs d'un même territoire par différents peuples d'une même terre ayant été violemment déterritorialisés exprime la reconquête de leurs territoires, en inversant la situation et en créant de nouvelles territorialités en lien avec le phénomène d'ethnogenèse ou de résistance au processus d’assimilation coloniale, afin d'éviter de futurs conflits d'usage et permettre le processus de reconnaissance de leurs terres par les organes compétents. This article analyses how the indigenous peoples of the Médio rio Solimões recover their lands and territories through the processes of reterritorialization and ethnogenesis, which constitute a strategy of resistance for the maintenance of life as a people, as culture. Through participative methodologies, such as workshops of knowledge management and participative mapping, 47 indigenous lands were identified, some of them which are demarcated (25) while others have not been measured (22). The proposition of common use and possession of the same territory by different peoples of a single land who have been violently deterritorialized demonstrates the recovery of their territories by reversing the situation and creating new territorialities in the face of the phenomenon of ethnogenesis or resistance to the process of colonial assimilation, in order to avoid future conflicts of use and enable the process of recognition of their lands by competent institutions. |