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A partir de uma tarefa offline de julgamento de aceitabilidade (SCHUTZE, 2016), o presente artigo analisa como bilíngues processam a ordem do adjetivo em sentenças complexas em língua inglesa como as de Small Clause. Partindo da hipótese de que restrições sintáticas podem ser transferidas de uma língua materna para uma segunda língua (ODLIN, 1989 e JARVIS & PAVLENKO, 2008), descrevemos o processamento sentencial da ordem do adjetivo em língua inglesa por falantes bilíngues nativos; bilíngues tardios; bilíngues brasileiros (português-inglês) nos níveis avançado, intermediário e básico; e, falantes monolíngues. Através deste estudo, sugerimos que bilíngues brasileiros sejam tanto capazes de processar estruturas complexas (Small Clause), quanto de transferir traços de sua língua materna durante o processamento de sua segunda língua (L2), ainda que em sentenças consideradas agramaticais por um falante monolíngue, ou em situações de não produtividade (AMARAL & ROEPER, 2014). Outrossim, a partir dos dados apresentados, aventamos que falantes bilíngues apresentem o processamento notavelmente diferente de falantes monolíngues (FELSER & CLAHSEN, 2006), não apenas em virtude de sua tolerância em relação às sentenças consideradas agramaticais, mas, sobretudo, em virtude de suas duas línguas (materna e L2) não serem processadas de modo seletivo (COOK, 2016 e GROSJEAN, 2013). |