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Doencas parasitarias representam um serio problema global e afetam diretamente a saude e a qualidade de vida da populacao. Mansoa alliacea e uma bignoniaceae encontrada principalmente nas matas brasileiras, conhecida como “cipo-de-alho” devido ao forte odor de alho. E uma planta utilizada na medicina popular, com relatos de diversas atividades biologicas (anti-inflamatoria, antifungica, antimicrobiana e antioxidante). O objetivo deste trabalho e caracterizar o oleo essencial de M. alliacea e sua avaliacao inedita das atividades nematicida e leishmanicida contra Leishmania amazonensis e Caenorhabditis elegans. O oleo essencial foi obtido por hidrodestilacao, sua composicao quimica foi analisada por GC-MS e quantificada por GC-FID. A atividade leishmanicida foi realizada em amastigotas intracelulares de L. amazonensis usando macrofagos caninos DH82, a atividade foi medida usando Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay (ELISA). A atividade nematicida foi avaliada em larvas do modelo nematoide C. elegans por meio da avaliacao da motilidade. A citotoxicidade do oleo foi avaliada por ensaio colorimetrico de sal de tetrazolio (MTT) em diferentes concentracoes. Os farmacos utilizados como controle positivo foram: antimonio tetravalente na atividade leishmanicida e ivermectina na atividade nematicida. A analise de GC-MS revelou o perfil organossulfurado do oleo, tendo como majoritarios: metil alil dissulfeto (2,4%), dialil tetrassulfeto (3,4%) dialil dissulfeto (36,6%), dialil trissulfeto (53,3%). O oleo apresentou excelente atividade leishmanicida, IC50 de 9,4 μg/mL, valor 5 vezes menor que o antimonio (III) (IC50 53 μg/mL). A dose citotoxica (CC50) do oleo foi 90,7 μg/mL, enquanto o antimonio foi CC50=1,7 μg/mL. O indice de seletividade (razao entre CC50/IC50) do oleo foi 10 e o antimonio (III) foi 0,03. O oleo tambem foi eficiente em paralisar as larvas de C. elegans (IC50=113 µg/mL), na ordem de 94,65% das larvas, superior ao farmaco de referencia, ivermectina (92,2 %), na mesma concentracao. Os resultados ineditos, aqui apresentados, demonstram o potencial de M. alliacea no desenvolvimento de novos farmacos para o tratamento de leishmanioses e nematoides. |