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Introdução: A sífilis é uma infecção infectocontagiosa transmitida por via sexual ou vertical por meio da gestação. No mundo, acredita-se que existam cerca de um milhão de gestantes portadoras de sífilis ainda não diagnosticadas. Portanto, estima-se que cerca de um terço dessas gestações irão cursar com sérias complicações. Objetivo: Descrever os aspectos epidemiológicos dos casos de sífilis em gestantes no Brasil. Métodos: Estudo descritivo do tipo retrospectivo. Os dados foram extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil acerca dos casos notificados de sífilis em gestantes no período de 2011 a 2020. Por meio da análise descritiva simples, abordaram-se as seguintes variáveis: frequência absoluta do número de casos, raça, faixa etária, escolaridade, idade gestacional no momento do diagnóstico, unidade federativa, região do país. Resultados: No Brasil, nos últimos 10 anos, foram notificados 344.070 casos de sífilis em gestantes, com prevalência nas regiões Sudeste (47,02%), Nordeste (20,50%) e Sul (15,30%) e destaque para os municípios de São Paulo e Rio de Janeiro, que somam 127.387 casos. Observou-se que houve um crescimento percentual médio de pelo menos 28% em cada ano entre o período de 2011 a 2018 e decréscimo do número de casos em 2019 (3,80%) e 2020 (67,85%). Do total de casos, 53,44% têm de 20 a 29 anos, 49,34% são pardos e cerca de 29% possuem baixa escolaridade (ensino fundamental incompleto). Quanto aos aspectos clínicos, cerca de 29% são diagnosticados no primeiro trimestre da gestação. Conclusão: Percebeu-se que há uma concentração no hemisfério ao Sul do país. Além disso, acredita-se que a identificação dos aspectos envolvidos nos casos de sífilis em gestantes seja o primeiro passo para a programação de intervenções e de atualizações nas políticas de saúde pública do país. |