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Desde o início da pandemia da COVID-19, em dezembro de 2019, muitos pacientes infectados relataram alterações de paladar e olfato como primeiros sintomas. O cirurgião-dentista deve estar capacitado para diagnosticar esta sintomatologia e encaminhar o paciente para serviços de saúde especializados. O presente estudo se propôs a realizar uma revisão narrativa sobre a possível patogênese da disgeusia e ageusia em pacientes infectados pelo SARS-CoV-2. Os dados foram coletados a partir de estudos identificados nos bancos de dados BVS, Google Acadêmico, LILACS, PubMed, SciELO e Web of Science, utilizando-se como descritores: disgeusia, ageusia, fisiopatologia e coronavírus. Dentre os possíveis mecanismos para a disgeusia, destacam-se a invasão viral em tecido nervoso, acometimento secundário às alterações de olfato, relação com comorbidades e medicamentos, associação à grande presença do vírus na saliva e sua alta afinidade pelos diversos receptores da enzima conversora de angiotensina-2 presentes na cavidade bucal. Portanto, alterações de paladar são sintomas típicos em pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 e que tendem a regredir com o tempo. Entretanto, sua fisiopatologia, mecanismo de ação e prognóstico ainda não são bem estabelecidos, exigindo mais estudos experimentais. |