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O objetivo deste artigo é estabelecer um modelo teórico não-empírico para o resfriamento noturno dos ecossistemas amazônicos dentro do escopo de compreender melhor a termodinâmica de tais ecossistemas. As características noturnas de temperatura em cinco diferentes ecossistemas da Amazônia brasileira foram estudadas, a saber, floresta profunda, floresta média, floresta de transição, savana (Cerrado) e uma floresta sazonalmente inundada (Pantanal). Durante um ano, foram analisados dados micrometeorológicos, especificamente temperatura e umidade do ar. Foi observado que a temperatura em todos os ecossistemas diminui a uma taxa de 0,9 °C/h no início da noite, que é coerente com a taxa de resfriamento teórica esperada em condições de ar “seco”, ou seja, quando a umidade não exerce influência significativa na termodinâmica do ecossistema. Os dados analisados revelaram que quando a umidade relativa é superior a aproximadamente 85% no meio da noite, a taxa de resfriamento cai mais de uma ordem de magnitude até o final da noite, em todos os ecossistemas. Isso significa que a água presente no ar efetivamente libera energia para o meio ambiente. Como hipoteticamente o efeito é produzido pela coalescência de aglomerados de duas moléculas de água, a quantidade de energia necessária para produzir o efeito corresponde a uma taxa de coalescência de 1022 aglomerados por metro cúbico por hora, uma quantidade muito pequena para ser devidamente detectada por sistemas de medição de fluxo. |