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Este trabalho tem como objetivo principal buscar uma explicação para o hiato entre o potencial de trabalho remoto estimado para o Brasil e o trabalho remoto efetivamente observado no país. Para isso, no primeiro momento, é estimado o potencial de teletrabalho com base em metodologia de Dingel e Neiman (2020) aplicada à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para o período imediatamente anterior ao início da pandemia de covid-19. Na segunda etapa, esse potencial é comparado com o trabalho remoto efetivamente medido pela pesquisa PNAD Covid-19 realizada entre os meses de maio e novembro de 2020. Constatando-se um hiato entre o teletrabalho potencial e efetivo, buscou-se investigar as causas de sua formação com base na primeira entrevista da PNAD Contínua realizada em 2019, que contém informações sobre o domicílio de residência das pessoas. Os resultados indicam que cerca de um quinto dos trabalhadores em ocupações passíveis de serem realizadas de forma remota reside em domicílios sem os meios necessários para estarem de home office, tal como computador com acesso à internet ou até mesmo energia elétrica contínua. Com isso, foi reestimado o potencial de trabalho remoto no país considerando-se esses fatores, o que acarretou alteração desse potencial de 22,7% para 16,7%, significativamente mais próximo do observado em maio de 2020, cujo percentual foi de 13,3%. |