RELAÇÃO INTRÍNSECA ENTRE A MICROBIOTA PULMONAR E AS PNEUMOPATIAS

Autor: Ana Laura de Melo Silveira, KAREN RODRIGUES VIEIRA CARVALHO, JULIA MARIA DOS SANTOS AMARAL, LEONARDO CAMARGOS SALIBA
Rok vydání: 2022
Zdroj: Anais do II Congresso Nacional de Microbiologia Clínica On-line.
DOI: 10.51161/ii-conamic/24
Popis: Introdução: Até o início do século XXI acreditava-se que o pulmão era um órgão estéril enquanto as vias aéreas superiores eram habitadas por bactérias comensais. Há uma década, por meio de estudos baseados no crescimento bacteriano de material colhido através do lavado broncoalveolar, passou a ser conhecida a caracterização da microbiota pulmonar, que é composta mais comumente pelos filos genéticos: Proteobacteria, Firmicutes, e Bacteroidetes; em relação ao gênero, predominam Streptococcus, Prevotella, Fusobacteria e Veillonella, e uma menor contribuição de potenciais patógenos, como Haemophilus e Neisseria. Dessa forma, a microbiota pulmonar saudável apresenta uma densidade baixa de colônias que vivem em equilíbrio com o organismo mas que estão sujeitas a diversas modificações ambientais e/ou genéticas, gerando disbiose. Questiona-se então se essa disbiose estaria relacionada ou não com o surgimento de doenças pulmonares e intersticiais. Objetivo: Este trabalho busca esclarecer a relação entre a disbiose da microbiota pulmonar e a manifestação de doenças respiratórias. Material e métodos: Foi realizada uma revisão de literatura por meio de bases de dados como Scielo, Pubmed e Google Acadêmico, utilizando como palavras chaves: Microbioma pulmonar, disbiose, doenças pulmonares. Resultados: Neste presente estudo foram selecionadas três conhecidas doenças pulmonares, dentre elas: DPOC, asma e fibrose cística. Foi constatado então, que nos pacientes portadores dessas três doenças existia um processo de disbiose a qual sofria alteração de acordo com doença. Na DPOC, confirmou-se um crescimento de uma determinada colônia em detrimento de outras. Na asma, adultos portadores apresentaram uma prevalência maior de organismos do filo Proteobacteria, como Haemophilus influenzae, quando comparados a controles saudáveis. Por último, na fibrose cística, estudos mostraram que em portadores jovens há uma grande diversidade nas comunidades bacterianas, enquantos pacientes em estágio final da doença pulmonar, possuíam uma diversidade extremamente baixa, sugerindo mais uma vez, a relação intrínseca entre a disbiose e as pneumopatias. Conclusão: Foi comprovada a existência de um desequilíbrio na microbiota pulmonar em pacientes portadores de patologias do sistema respiratório. Entretanto, apesar de excitante, não se pode concluir que há relação de causalidade entre elas, visto que os estudos ainda não conseguiram determinar temporalmente o que se inicia primeiro: a disbiose ou doença pulmonar.
Databáze: OpenAIRE