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O campo da saúde do trabalhador assume práticas e conhecimentos que visa entender e intervir nas relações de trabalho e no processo saúde-doença, principalmente em uma sociedade que vive demasiadas mudanças econômicas, políticas e sociais. Assim, este artigo tem como objetivo descrever o perfil dos trabalhadores de uma empresa do ramo têxtil e de confecções atendidos em um Centro de Referência em saúde do Trabalhador (CEREST) do nordeste brasileiro e verificar se há prevalência de doenças nas ocupações estudadas. A pesquisa foi de caráter documental, em que foram analisados 268 prontuários abertos, de acesso restrito ao CEREST em questão. Os resultados apontaram que 85,4% são do sexo feminino e 14,5% são do sexo masculino, 45% chegaram ao serviço encaminhados pelo sindicato e 60,8% são da ocupação costureira. Para mulheres, foi visto que o teste Qui-quadrado apontou diferença na variação da incidência de doenças de acordo com a ocupação, tendo as doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo como os acometimentos mais recorrentes. No entanto, não houve diferença na variação da incidência de doenças de acordo com a ocupação de homens. Também foi observado que 82,9% dos trabalhadores apresentam a sua capacidade laborativa comprometida e em 55,4% das CATs foram emitidas pelo sindicato. Os dados mostram que os novos tempos de revolução tecnológica, contraditoriamente, não produziram avanços significativos no campo da saúde do trabalhador, ainda vítima de um sistema fordista de produção e, por conseguinte, de adoecimento. |