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Diante das atuais necessidades educativas brasileiras, é premente que a Formação Continuada de Professores ampare a criação e discussão de práticas docentes de maneira coletiva na interface entre Escola e Universidade. Além das necessárias reflexões teóricas sobre o tema, consideramos que se faz necessário investigar iniciativas implementadas na prática que tenham sido bem-sucedidas. No escopo deste trabalho, estudamos o contexto de criação de ações educativas para a Educação Básica fomentadas pelo esforço conjunto de docentes desse nível de ensino e pesquisadores universitários. Com este intuito, realizamos uma pesquisa educacional de caráter histórico em torno das experiências de interlocução entre Escola e Universidade vividas pelos participantes do Núcleo de Pesquisas em Inovação Curricular (Nupic) da Universidade de São Paulo no período de 2003 a 2013. Com base no referencial teórico da Teoria Social da Aprendizagem de Etienne Wenger, construímos uma narrativa histórica capaz de situar práticas constituídas no grupo, e evidenciar dois modelos de Formação Continuada de Professores, que permitiram distintas relações entre as instituições escolar e universitária. O primeiro modelo foi pautado na cooperação entre professores de Física da Educação Básica e pesquisadores em Ensino de Física, o que favoreceu a sua existência como uma Comunidade de Prática engajada na negociação de conhecimentos entre diferentes profissionais. O segundo, por sua vez, esteve voltado à transmissão de conhecimentos para a formação de professores capazes de difundir os materiais e conhecimentos produzidos pelo grupo. A transição entre esses modelos ocasionou uma atenuação no compromisso comunitário que envolvia docentes e pesquisadores, criando restrições à continuidade da ligação entre Escola e Universidade que promoviam. |