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A partir da deposição da presidente eleita em 2014, Dilma Roussef, o governo federal vem aplicando um programa radicalmente neoliberal, cuja gestão da economia está centrada no corte de gastos públicos não financeiros, justificado por uma crise fiscal que estaria associada, sobretudo, ao excesso de gastos com políticas sociais dos últimos governos, que teriam ultrapassado a capacidade de arrecadação da União. Neste sentido, um conjunto de reformas estruturais, que retiram direitos assegurados na Constituição de 1988, vem sendo impostas à população. As justificativas apresentadas para tais reformas têm sido largamente contestadas por economistas e políticos de oposição e a Auditoria Cidadã da Dívida tem se destacado neste debate, fundamentando seus argumentos com dados oficiais e estimativas neles baseadas sobre a composição dos gastos públicos e sobre os impactos da reforma da Constituição que congela os gastos não financeiros do governo federal durante 20 anos sobre as políticas sociais. Nesta entrevista, Maria Lucia Fatorelli responde a questões sobre a dívida pública brasileira e a sua gestão e alerta para as mudanças recentes voltadas para a securitização de créditos, as quais constituem um esquema financeiro com risco de aniquilamento das finanças públicas e comprometimento das futuras gerações. |