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Introdução: Mudanças climáticas causam impacto na saúde humana, especialmente em populações mais vulneráveis como as crianças. Objetivo: Avaliar o impacto das variações climáticas na demanda de crianças e adolescentes em serviço de emergência. Material e métodos: Estudo ecológico conduzido em Botucatu (SP) com análise de 39.336 atendimentos em pronto socorro infantil em 2018 e correlação com dados meteorológicos obtidos junto a estação meteorológica da Faculdade de Ciências Agronômicas do município. Foram ajustados modelos de regressão de Poisson considerando a estação do ano, temperatura, umidade relativa e precipitação. Resultados: A maior demanda por atendimento foi da faixa etária ente 0 e 5 anos (65,2%) sendo a Nasofaringite aguda ( 8.7%) a morbidade mais frequente seguida por Febre não especificada (6.1%); Infecção aguda das vias aéreas superiores ( IVAS): 5.5%; Amigdalite aguda: 5.2%; Náusea e vômitos: 5%; Diarreia e gastroenterites: 4.8%; Tosse: 4.6%; Asma : 4.2% ; Broncopneumonia ( BCP):2.9% e Dor aguda: 2.4%. No verão as morbidades mais frequentes foram febre e diarreia; No outono: nasofaringite aguda e IVAS; No inverno: IVAS e febre; Na primavera: febre, nasofaringite aguda. As nasofaringites agudas, as IVAS e a BCP acometem principalmente crianças mais jovens e esta doença tem maior chance de ocorrência em temperatura mais baixas e em baixa umidade do ar. Para a ocorrência da febre quanto maior a temperatura maior a chance de ocorrência. Conclusão: As condições climáticas influenciam na demanda de serviços de emergência pediátricas: há uma diferente frequência de morbidades nas diferentes estações do ano, assim como a chance de ocorrência varia dependendo de idade, temperatura media, umidade media e não tem correlação com precipitação. Portanto, a partir da análise do clima, os serviços de saúde podem se antecipar tanto para promover medidas preventivas quanto para atender uma maior ou menor demanda de pacientes. |