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O aquecimento global e as suas mazelas implicam na necessidade de alterar radicalmente a matriz energética do mundo. Em um momento de aparente euforia com os investimentos em energia renovável, este artigo tem como objetivo analisar, com base na perspectiva das “instituições como regimes” (Streeck e Thelen, 2009), se o lócus central das mudanças será a dimensão mundial (governança global) ou se os Estados nacionais (governança estatal) carregarão esta responsabilidade. A este nível de governança, é mais fácil taxar o carbono ou subsidiar a transição para fontes de energia renovável. Se ao nível da governança global os ‘rule takers’ conseguem reescrever as regras a seu favor ou são eles próprios os ‘rule makers’, ao nível da governança estatal os ‘rule makers’ conseguem domar, com maior facilidade, os interesses dos ‘rule takers’. Neste nível de governança, ainda, a sociedade civil ou a política tradicional – que definimos como ‘rule takers’ – pode influenciar com maior facilidade essa trajetória, de baixo para cima. Por fim, argumentamos que os interesses econômicos, políticos e geopolíticos dos grandes atores do cenário global – como China e Estados Unidos – geram ‘externalidades de rede’ sobre os regimes de governança global, tornando mais fácil o cumprimento de metas para outros países. No entanto, a mudança será do tipo ‘state led’, e não ‘regime led’. |