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Um dos recursos mais utilizados e indispensáveis em ilustrações de livros infantis é o uso das cores. A leitura da cor permite inferir diferentes significados simbólicos que enriquece o conteúdo da obra. A cor pode expressar emoções, bem como provocar diversas sensações no leitor. Uma cor e seus diferentes tons podem influenciar ou reforçar determinadas compreensões, principalmente para as crianças que ficam encantadas com o colorido dos livros infantis. Diante disso, este artigo analisa a coerência intersemiótica entre narrativa e ilustração em três ilustrações da obra A menina Capu e as tintas mágicas (2021), livro que nasceu da seleção das telas já existentes da artista plástica Capucine Picicaroli, falecida em 2018. O estudo de algumas ilustrações nessa obra tem como base a psicologia das cores, pesquisa desenvolvida por Eva Heller (2012), que mostra como as cores afetam a emoção e a razão. A relação do texto literário, de Marta Cocco, com as telas da pintora Capucine Picicaroli, resultou em uma obra artística coesa em que, a cada ilustração, foi possível reconhecer a coerência intersemiótica. As duas linguagens, dessa forma relacionadas, singularizam a leitura e permitem que possamos ler e interpretar não somente o texto escrito, mas apreciar e compreender o colorido das ilustrações. Nessa perspectiva, os leitores são sensibilizados a entender a história de vida da artista por meio de sua própria arte. A partir da seleção de telas da artista Capucine, a escritora Marta Cocco pode dar novos sentidos às imagens plásticas, partindo, portanto, da imagem para o texto verbal, dialogando com as cores de predominância quentes e seus acordes cromáticos que reportam o leitor para um universo mágico, em que o sonho da artista se faz presente, compartilhado pelo texto literário da autora. |