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O Compendio Musico de autoria de Manoel de Moraes Pedroso, natural de Miranda, foi impresso na segunda metade do século XVIII no Porto, e tem sido já alvo de alguns estudos dirigidos especificamente a esta obra. Sendo constituído por quatro capítulos (Tratado de Cantoria, Tratado de Acompanhamento, Tratado do Contraponto e finalmente Prática para se fazer huma ária, Solo, Duetto, ou qualquer concertado), foi uma fonte fundamental da teoria musical portuguesa, tendo inclusivamente alcance internacional. Sendo certo que tem um grande impacto na aprendizagem do baixo contínuo, como defende Gustavo Angelo Dias, é também manancial de informação fundamental relativa à correcta maneira de interpretar música, seja ela tocada seja ela cantada. Assim, várias são as descrições ao longo do tratado sobre como colocar o corpo, mais especificamente a voz e sobretudo os dedos, para uma correcta interpretação, ou para uma mais fácil execução do texto musical – como devem estar as mãos, como devem estar os dedos, que sequência deve ser utilizada para executar uma escala, onde se deve respirar, ou mesmo em que locais a voz deve e não deve efectuar cadências. Pretende então esta comunicação não apenas fazer um levantamento e análise destas descrições, mas também perceber de que forma estas se correlacionam, ou não, com a música efectivamente escrita em Portugal no período cronológico referido (segunda metade do século XVIII), tendo especificamente como objectos de estudo os fundos musicais do Arquivo da Sé de Évora e os Arquivos do Seminário Episcopal de Faro. |