ANXIETY IN PORTUGUESE PRE-SCHOOL CHILDREN – ADAPTATION OF THE SPENCE PRE-SCHOOL ANXIETY SCALE

Autor: J. Paulo Almeida, Victor Viana
Rok vydání: 2013
Předmět:
Zdroj: Psicologia, Saúde & Doenças. 14
ISSN: 2182-8407
DOI: 10.15309/13psd140308
Popis: The aim of this study was to evaluate the psychometric properties of the Spence Preschool Anxiety Scale (Spence, Rapee, McDonald & Ingram, 2001) in a sample of Portuguese children of preschool age. The scale was answered by 561 mothers of children between 3 and 7 years old. Concerning the structure of anxiety symptoms, an exploratory factor analysis points to a solution composed of five factors (general anxiety, social anxiety, obsessive compulsive disorder, fear of physical injury and separation anxiety) as more appropriate. Were also found satisfactory internal consistency; external validity (by correlation with the CBCL Internalizing Scale) and discrimination with a sample of children referred for outpatient clinical psychology because of anxiety disorders were also satisfactory. We obtained a positive correlation between increasing age and severity of symptoms expression but no differences due to gender. Key-wordsStress, Anxiety, anxiety assessment, child, preschool. __________________________________________________________________ Recebido em23 de Maio de 2013/ Aceite em 14 de Outubro de 2013  Prof. Doutor J. Paulo Almeida, Hospital Pediatrico Integrado S. Joao, Alameda Prof. Hernâni Monteiro 4202451Porto, Portugal E-mail: jpaulo.c.almeida@gmail.com AVALIACAO DA ANSIEDADE EM IDADE PRE-ESCOLAR 471 As perturbacoes da ansiedade representam um dos conjuntos de patologias mais frequentes na infância (Albano, Chorpita & Barlow, 2003; Cartwright-Hatton, McNicol, Doubleday, 2006) afetando entre 5,7 e 17,7% de criancas e jovens (Costello & Angold, 1995). Havendo um aparecimento precoce, tem um impacto marcado no processo de desenvolvimento da crianca, na adequacao aos contextos educativos, no desempenho academico e na vida e saude mental do adulto (Shamir-Essakow, Ungerer & Rapee, 2005) pelo que se torna premente o seu despiste e diagnostico precoce de forma a implementar estrategias de intervencao adequadas que minorem o seu impacto. A ansiedade e o medo sao um conjunto de estrategias precocemente desenvolvidas que vao desde a percecao (de ameaca) ate a execucao rapida de acoes que tem como objetivo a protecao do individuo perante uma ameaca ou o perigo. Esta funcao geral de protecao devera ser entendida como um componente de um sistema de alarme e defesa perante o perigo (Baptista, 2000) que desencadeara uma resposta diversa consoante o tipo de ameaca percebida. Em termos desenvolvimentais o primeiro estudo sobre a evolucao das manifestacoes ansiosas na crianca data de 1935, realizado por Jersid e Holmes (citado por Barros, 1996), os quais procuraram inventariar os principais estimulos desencadeadores de medo na crianca. Com base neste estudo e na imensa literatura entretanto produzida considera-se que as primeiras reacoes de medo (primeiro semestre de vida) tem caracteristicas inatas (Wenar, 1990) e sao desencadeadas por estimulos intensos e subitos como ruidos, quedas ou movimentos bruscos. Posteriormente, ja com interferencia das experiencias de vida precoces, surge a ansiedade a aproximacao de estranhos e de separacao das figuras de vinculacao emocional e o medo das alturas (conforme experiencia do abismo percetivo). A ansiedade de separacao, descrita como “afeto negativo”, e despoletada pela antecipacao, ou subsequente ao afastamento ou perda de uma figura de vinculacao (Barros, 1996) aparece como um medo generalizado a todas as criancas. Tem o seu apogeu entre os 9 e os 13 meses diminuido gradualmente a partir dos 30 meses. Com o desenvolvimento e a exposicao a uma maior diversidade de estimulos, sao crescentes os desencadeadores de medo e ansiedade. Surgem os medos e fobias a objetos simples (animais ferozes, como aranhas, baratas ou mesmo aos mamiferos domesticos mais corpulentos ou ativos) ou situacoes (trovoadas ou tempestades) potencialmente causadoras de dano a integridade fisica da crianca. As oportunidades de socializacao da crianca (com adultos exteriores ao nucleo familiar ou com pares) favorecem a expressao nao so de ansiedade de separacao das figuras de vinculacao emocional como tambem de angustias associadas a situacoes sociais que implicam a exposicao da crianca, surgindo igualmente medo que o seu comportamento ou atitudes sejam alvo do ridiculo por parte de outros adultos ou criancas ou do insucesso do seu desempenho (Wenar, 1990). Ao longo desta faixa etaria, paralelamente ao desenvolvimento simbolico e da capacidade de representacao mental bem como da linguagem, vao surgindo medos fundamentados na imaginacao da crianca: monstros, fantasmas ou outros seres fantasticos podem povoar os locais afastados, escuros ou mesmo a noite. Nesta faixa etaria a maioria das criancas ainda nao possuem competencias metacognitivas que permitam analisar e relatar os seus pensamentos e emocoes, capacidade que se vai desenvolvendo entre os 5 e os 7 anos de idade, com o acesso ao pensamento concreto (Piaget, 1971) e o treino de competencias escolares de tipo cognitivo (Flavell, Green & Flavell, 2000). Avaliacao do Medo na Idade Pre-Escolar J. Paulo Almeida & Victor Viana 472 Analisando as manifestacoes mais precoces do medo e ansiedade na crianca, apesar da informacao ser escassa, considera-se que um conjunto de sintomas esta presente desde cedo com uma frequencia e intensidade que lhe conferem relevância clinica. Apesar de se considerar que na idade pre-escolar se possam encontrar padroes comportamentais compativeis com os criterios de diagnostico de perturbacoes de ansiedade tais como ansiedade de separacao, ansiedade social (e a sua manifestacao extrema, o mutismo seletivo), ou as fobias especificas, nao existem muitas evidencias empiricas em populacoes de idade pre-escolar, as quais demonstrem conclusivamente que essas manifestacoes poderao preencher os criterios de diagnostico tal como sao formulados na DSM-IV (2000). Um obstaculo significativo na acao dos clinicos que trabalham com criancas em idade preescolar ou dos investigadores da saude mental infantil reside na ausencia de instrumentos de avaliacao fidedignos e adaptados a populacao portuguesa em idade pre-escolar. Esta dificuldade tem sido contornada com o recurso a escalas de avaliacao global das perturbacoes internalizadoras (CBCL 1,5-5, Achenbach, 1992) que integram na mesma subescala (inespecificamente) padroes comportamentais relacionados com a ansiedade, o isolamento social e a depressao, fornecendo pouca informacao especifica sobre sintomatologia especifica da ansiedade. Desta constatacao decorre a necessidade dos clinicos possuirem um instrumento de diagnostico desenvolvimentalmente adequado, fiavel e especifico para a populacao pre-escolar portuguesa pelo que se tornou premente a concretizacao do nosso objetivo de adaptacao de um instrumento. A Escala de Ansiedade Pre-Escolar de Spence (P.A.S.) o unico instrumento encontrado na literatura internacional sobre a avaliacao de ansiedade pre-escolar. Desenvolvida a partir da classificacao da DSM-IV visto ser o sistema dominante quer na clinica quer na investigacao das perturbacoes de ansiedade na infância. O P.A.S. apresenta um conjunto de sintomas bem especificados que devem ser respondidos pelos progenitores de acordo com a frequencia da sua presenca numa escala de 4 pontos que varia entre “nunca” e “sempre”. Os itens, consistentes com as categorias da DSM-IV, foram selecionados por peritos no tema tendo em conta a literatura, medidas de diagnostico internacional e entrevistas clinicas (Edwards, Rapee, Kennedy & Spence, 2010). A validacao original do instrumento (Spence at al, 2001) foi administrada a criancas entre os 3 e os 5 anos de idade e esta organizada em cinco categorias de diagnostico: Perturbacao de ansiedade generalizada (PAG), perturbacao de ansiedade social (PAS), ansiedade de separacao (AS), perturbacao obsessivo-compulsiva (POC) e medo de dano fisico (MDF) as quais estao associadas num fator “ansiedade” superordenado responsavel pelo covariância entre os fatores sugerindo que, em idades precoces, a ansiedade podera ser um constructo unitario. As dimensoes responsaveis por uma variância considerada suficiente para serem clusters independentes foram a PAS, POC E MDF. A ansiedade geral e a ansiedade de separacao estavam altamente correlacionadas e relacionadas com o fator geral “ansiedade”. Os autores hipotetizam que, no seu conjunto, estes resultados poderao indicar que existira alguma diferenciacao precoce de subtipos de perturbacoes de ansiedade os quais se tornarao gradualmente mais especificos ao longo do desenvolvimento. Outro aspeto relevante quanto as propriedades psicometricas do P.A.S. e a validade de constructo, afirmada por uma correlacao significativa com a Escala de Internalizacao do Child Behavior Checklist (CBCL, Achenbach, 1991). Nao se encontraram diferencas significativas entre sexos e, por fim, encontraram-se AVALIACAO DA ANSIEDADE EM IDADE PRE-ESCOLAR 473 ligeiras diferencas entre niveis etarios com as criancas mais novas a obterem niveis de ansiedade ligeiramente mais elevados. Evidencia de validade transcultural das escalas de ansiedade de Spence existe para as versoes para populacoes em idade escolar (Spence Child Anxiety Scale –SCAS-, Spence, 1997) sendo apenas disponivel para a P.A.S. um estudo de adaptacao para criancas romenas (Benga, Tincas & Visu-Petra, 2010). Os resultados deste estudo globalmente confirmam os dados recolhidos na construcao da escala original. O objetivo do estudo e analisar as propriedades psicometricas da versao portuguesa do P.A.S.pt. Em segundo lugar, explorar e avaliar as perturbacoes de ansiedade numa populacao em idade pre-escolar. Mais especificamente conhecer os principais medos e problemas de ansiedade presentes na populacao pre-escolar (prevalencia de sintomas e potenciais diferencas ao longo da idade e devido ao genero).
Databáze: OpenAIRE