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Esta pesquisa teve por objetivo descrever e analisar o trabalho dos enfermeiros que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Adulto do Grupo Santa Casa de Belo Horizonte – MG sobre as vivências de prazer e sofrimento no trabalho, com base na abordagem de Mendes e Ferreira. A Unidade de Terapia Intensiva é reconhecidamente um ambiente favorável ao desgaste físico e mental. Trabalhando nesse ambiente, os enfermeiros compõem uma das categorias profissionais mais vulneráveis a riscos de adoecimento. A pesquisa foi desenvolvida no Centro de Terapia Intensiva do 10º andar do Grupo Santa Casa de Belo Horizonte, com apoio em uma pesquisa de abordagem qualitativa do tipo descritiva. O método utilizado foi o estudo de caso. Os sujeitos da pesquisa foram 10 enfermeiros que atuam na ala B ou D do Centro de Terapia Intensiva. Para a coleta dos dados, aplicou-se uma entrevista semiestruturada baseada no Inventário de Trabalho de Risco de Adoecimento. Os depoimentos foram gravados e, logo em seguida, transcritos, a fim de permitir a análise dos dados, por meio da análise de conteúdo. A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa, tendo recebido parecer favorável. Antes das entrevistas, todos os sujeitos que aceitaram participar da pesquisa leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido. A análise demonstrou que das categorias que compõem o Inventário de Trabalho de Risco de Adoecimento emergiram subcategorias relacionadas às vivências de prazer e sofrimento no trabalho dos enfermeiros. A categoria “contexto do trabalho”, que contempla a organização do trabalho, originou as subcategorias “ritmo de trabalho” intenso, “quantidade de profissionais” a falta não comunicada aflige o enfermeiro, “planejamento do trabalho” não é possível em função da dinamicidade do setor, “cobrança” e “desempenho no trabalho” maior para o cumprimento de questões administrativas. Da categoria “condições de trabalho” emergiram as subcategorias “ambiente físico” adequado, “risco biológico” elevado, “instrumentos e equipamentos de trabalho” são de tecnologia de ponta “informações centralizadas na coordenação”. Da categoria “relações socioprofissionais” emergiu a subcategoria “trabalho em equipe”. A categoria “custos de trabalho” foi subdividida em “custo físico” e foram relacionados ao carregar peso, caminhar durante todo o plantão, “custo cognitivo” para tomada de decisões é preciso conhecimento e experiência profissional e “custo afetivo” descrito pelo distanciamento dos pacientes. A categoria “sentido do trabalho” é composta por: “vivências de prazer” destacaram-se as subcategorias “recuperação do paciente” e “liberdade de expressão” que gera sentimento de satisfação e autonomia. De “vivências de sofrimento” emergiram as subcategorias “reconhecimento e valorização” ausência por parte da equipe e organização e “desgaste profissional” relacionado a conflitos entre a equipe entre outros. A categoria “danos do trabalho” apresentou como danos físicos a subcategoria “manifestações patológicas” de ordem gastrintestinal, circulatória, osteomuscular e quanto aos danos psicossociais, a subcategoria “relações sociais e familiares” distanciamento dos familiares e amigos. Da categoria “estratégia de defesa”, emergiu as subcategorias “apoio familiar”, “aconselhamento psicoterápico”, “prática religiosa”, “atividades de lazer” e “uso de medicamentos”. |