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Estudar a composição faunística da Grécia e áreas adjacentes por volta de 3000 anos atrás baseando-se no conhecimento do homem homérico sobre o reino animal. Local: Grécia e áreas adjacentes.Método: Análise de informações derivadas de um estudo meticuloso dos primeiros documentos escritos da literatura grega, os épicos atribuídos a Homero e Hesíodo.Resultados: Encontraram-se 2442 registros, que correspondem a 71 diferentes nomes de animais. Todos nomes de animais foram atribuídos a táxons recentes, em diferentes níveis de categoria; a maioria (65%) foi atribuído a táxons no nível específico e o restante a táxons supra específicos. A maior parte dos nomes de animais registrados nos épicos foram mantidos como palavras inteiras ou como raízes no grego moderno, e foram usados na formação dos táxons científicos em latim. Cinco filos de animais aparecem nos textos: (1) cordados (majoritariamente aves e mamíferos), (2) artrópodes, (3) moluscos, (4) poríferos, e (5) anelídeos. Os épicos também incluem informações sobre a morfologia, biologia, ecologia (habitats e relações predador-presa), e comportamentos dos animais. A presença de várias espécies na área nesse período é documentada por registros arqueológicos e/ou paleontológicos em várias localidades gregas. Principais conclusões: O conhecimento do homem homérico sobre os animais, como refletido nos épicos, parece ter se concentrando principalmente, mas não exclusivamente, em animais envolvidos em atividades humanas. As populações de algumas espécies de animais comuns em áreas de cultura grega na época homérica se tornaram extintas ou reduzidas no tempo presente. Por outro lado, alguns animais comuns atualmente não aparecem nos épicos, já que foram introduzidos posteriormente. Informações zoológicas úteis podem derivar do estudo de textos clássicos, o que pode servir aos biogeógrafos históricos como um suplemento à arqueologia e à arte, na reconstrução das faunas de períodos antigos. |